Após o término do mandato de deputada estadual pelo PRTB, Janaina Paschoal voltará a lecionar na Faculdade de Direito da USP. Ela havia se licenciado da instituição para exercer o mandato na Assembleia Legislativa do estado, que terminará em 15 de março.
Ela se candidatou ao cargo de senadora nas eleições de 2022, mas alcançou 447.550 votos (2,07 %) e não conseguiu se eleger.
Janaina ainda espera uma resposta da USP acerca de qual disciplina dará aulas. Ela chegou a se disponibilizar para ministrar sobre segurança pública, conflitos religiosos ou bioética, mas as áreas já tinham sido distribuídas a outros docentes.
A deputada chegou a ser cotada como vice de Bolsonaro em 2018 e elegeu-se deputada estadual na onda bolsonarista. Mas a parlamentar acabou se afastando e não obteve o apoio de Bolsonaro na corrida pelo Senado que lançou o candidato o ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Marcos Pontes (PL), eleito com 10.714.913 de votos (49, 68%).
Um documento divulgado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto afirma que a deputada estadual em fim de mandato ‘não é mais bem-vinda’ na Faculdade de Direito. Os alunos chegaram a fazer um abaixo-assinado contra o retorno de Janaina.
A alegação de abandono dos valores democráticos, contido na carta, por parte da deputada é exemplificado pelos acadêmicos em alguns episódios como a não assinatura da Carta em Defesa da Democracia, organizada pela Faculdade de Direito da USP, o impeachment de Dilma Rousseff e adesão a “onda bolsonarista”.
Segundo o abaixo-assinado, a volta de Janaína é uma “notícia recebida com perturbação” tanto para os alunos quanto para o Centro Acadêmico. “Os alunos disseram que meu retorno perturba, mas essa é a missão de um bom professor: fazer o aluno sair da zona de conforto”, disse a deputada.
Janaína afirmou também que a sua volta à sala de aula não é uma questão de escolha. “O mandato acaba no dia 14 de março. Já informei o Departamento que estou disponível a partir do dia 15. Não é uma questão de escolha. Sou concursada, se não voltar, caracteriza abandono de função. Eu sempre fui advogada e professora. Não nasci Deputada”, disse.