Mais de um milhão de pessoas tomaram as ruas da França no nono dia consecutivo de manifestações contra a reforma na previdência e o líder francês, Emmanuel Macron. contra a qual se opõem todos os sindicatos e dois em cada três franceses, segundo pesquisas. Segundo o Ministério do Interior, foram contabilizados 1,089 milhão de manifestantes. Contudo, o balanço é inferior em 200 mil pessoas ao recorde de mobilização, registrado no dia 7 de março.
Os protestos desta quinta-feira, 23, vieram acompanhados de greves, que afetaram escolas e os setores de transportes, depredação e violência. Segundo o jornal francês ‘Le Monde‘, até às 18h (horário francês), 26 pessoas haviam sido presas e e um policial havia sido atingido na cabeça por um projétil.
Pela manhã, um grupo bloqueou o acesso do principal aeroporto de Paris. “Não temos escolha a não ser a greve e bloquear a economia até que Macron ceda e retire o projeto”, disse Fabrice Criquet, secretário-geral do sindicato Força Operária dos Aeroportos de Paris.
A marcha em Paris bateu um recorde, com 119 mil manifestantes, segundo o Ministério, e 800 mil, segundo o sindicato CGT. Na mobilização desta quinta, foram registrados distúrbios em Paris e outras cidades.
Tudo isso ocorre um dia após o presidente da França, Emmanuel Macron, quebrar o silêncio e falar sobre a impopular reforma da previdência, aprovada na última segunda-feira, 20, e apertar a fala contra os grevistas – o líder francês informou que seu país não vai tolerar nenhuma violência.
A decisão por uma reforma imposta, anunciada na quinta-feira passada e confirmada na segunda, causou desde então, muita revolta entre os franceses e tem levado centenas de pessoas, a maioria jovens, a participarem de protestos espontâneos, marcados pela queima de latas de lixo e denúncias de violência policial.