Governo federal busca acomodar o Centrão no primeiro escalão, considerando os pedidos dos partidos e a análise criteriosa do presidente Lula. Embora alguns “nãos” já tenham sido definidos, a possibilidade de uma reorganização ministerial para atender às demandas do Centrão e fortalecer o apoio na Câmara dos Deputados ainda está em aberto. As negociações estão em andamento e o cenário atual é o seguinte: os ministérios do Esporte, Saúde, Desenvolvimento Social e os Correios não sofrerão mudanças de comando.
No entanto, há ministérios em que mudanças são possíveis e as negociações estão em andamento. Para o Ministério da Mulher, por exemplo, é cogitada a saída de Cida Gonçalves e a entrada de Luciana Santos. Já no Ministério de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos poderia deixar o cargo para que uma vaga fosse oferecida ao Centrão. Além disso, há a possibilidade de Geraldo Alckmin deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para que Márcio França assuma, enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos poderia ser oferecido ao Centrão com a saída de Márcio França.
No entanto, mesmo com esse desenho em andamento, o governo ainda precisa decidir qual ministério atualmente comandado pelo PT será “oferecido” aos partidos do Centrão. O governo já comunicou às lideranças dos principais partidos aliados, como PT, PCdoB e PSB, que será necessário abrir espaço para acomodar todas essas forças. No entanto, essa acomodação depende de vários fatores e cálculos políticos. No caso específico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a decisão de tirar um vice-presidente está sendo ponderada, e não há indícios de que Geraldo Alckmin queira deixar o ministério durante essa negociação.