Em conversa com Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que o órgão de inteligência do Primeiro Comando da Capital (PCC) está anos “à frente” da Abin.
A troca de mensagens ocorreu em 25 de fevereiro deste ano. Na época, ambos ainda estavam no comando das respectivas cadeiras. Às 11h45 da manhã, o general Dias enviou a Saulo o link de uma reportagem do portal Metrópoles e escreveu: “Anos à nossa frente”.
A reportagem explica como funciona o “moderno” centro de inteligência do PCC. “O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos”, informa o portal de notícias. “A sintonia restrita é uma célula que trata de assuntos extremamente sigilosos e relevantes para a cúpula da facção, formada por membros de extrema confiança do comando e com elevado poder decisório.”
O veículo teve acesso a um “relatório técnico”, elaborado pelo Ministério Público de São Paulo, que detalha a ação dos “intelectuais” da facção. Ao receber a mensagem do ministro, Saulo responde: “Sim. Mas eles podem tudo. Não precisam responder nem ao juiz, nem ao controle externo”. G.Dias complementa o então diretor da Abin: “E tem grana”.
Segundo a reportagem, os membros do órgão de inteligência do PCC têm “total liberdade para rodar o Brasil” e coletar informações. Os criminosos monitoram os endereços das autoridades que são juradas de morte, vigiam os alvos, mapeiam os veículos usados pelas vítimas e fazem um “roteiro” da rotina das pessoas marcadas para morrer. Os bandidos ainda usariam uma “rede fechada” para o compartilhamento das informações.
Por Revista Oeste
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