O ex-presidente Michel Temer novamente defendeu a implementação do semipresidencialismo no Brasil. De acordo com ele, o Congresso tem tempo hábil para estruturar um projeto e aprová-lo até março do ano que vem.
No Brasil, há muito tempo se fala em fazer uma grande reforma política, mas jamais se conseguiu levar adiante.
Temer
Temer acredita que o seu êxito na presidência da República foi alcançado por ter o Congresso governando junto. “Eu trouxe o Congresso para governar comigo não apenas porque era da nossa formação democrática […], mas o fato é que no presidencialismo você também não pode governar sem o Congresso Nacional“, disse.
O ex-presidente também defendeu o semipresidencialismo, regime no qual o presidente divide o seu poder com o legislativo. Enquanto no presidencialismo, o presidente é eleito pelo povo e, depois, negocia maioria no Congresso, no semipresidencialismo, só há governo se houver maioria no Congresso….
Segundo ele, “a maioria parlamentar é sempre instável no presidencialismo”. “Você tem partidos que apoiam o seu governo. Mas, na hora da votação, metade vota a favor e metade vota contra”, é “uma luta constante”.
Ele ressaltou que, uma diferença dos sistemas políticos é que no semipresidencialismo não há impeachment.
No modelo proposto pelo ex-presidente, vários partidos seriam agrupados num conjunto chamado “situação”, enquanto outros partidos seriam agrupados no conjunto “oposição“. Isso também acabaria com a discussão sobre a quantidade partidos, “pois os que estão na ‘situação’ vão votar com o governo (…) se o governo perde a maioria, cai o governo” explicou.
Para o emedebista, a mudança tem que ser “para amanhã“, mas ponderou que a pressa “pode parecer golpe“, tirando risadas dos presentes.