EUA ameaçam retomar sanções contra Maduro

O governo dos Estados Unidos está ameaçando restabelecer as sanções ao petróleo e ao ouro da Venezuela, que havia levantado meses atrás, após o chavismo, através de uma decisão da Justiça, decidir manter a inabilitação a María Corina Machado, a candidata da oposição para as eleições previstas para este ano.

Em outubro, o governo de Joe Biden havia levantado por seis meses algumas das sanções e, após o anúncio do chavismo, se decidiu que elas serão restabelecidas, segundo informaram as agências Bloomberg e Reuters, com base em fontes da administração americana.

O assessor principal de Biden em assuntos para a América Latina e o Caribe, Juan González, repostou essa informação em sua conta na rede social Twitter.

Segundo confirmou o porta-voz de Segurança Nacional, John Kirby, na coletiva diária da Casa Branca, os Estados Unidos esperarão até abril para restaurar as sanções, para dar tempo ao chavismo para que, antes dessa data, habilite Machado.

O chavismo já adiantou, antes do anúncio da Casa Branca, que Venezuela responderá com “severidade” e medidas “recíprocas”.

“Estamos muito atentos às ações que tomarem (em Washington) nos próximos dias que possam ser consideradas agressivas para com o direito que tem este país a viver em paz, a progredir e a que se levantem todas as medidas coercitivas unilaterales”, disse Jorge Rodríguez, o legislador do oficialismo à frente da negociação com a oposição.

“Se houver alguma ação agressiva, nossa resposta será severa, recíproca e enérgica”, garantiu à imprensa Rodríguez, que é irmão da vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez.

A advertência prévia

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de Venezuela ratificou na sexta-feira (26) a inabilitação política que impede María Corina Machado de competir em eleições até o ano de 2036, algo que a líder opositora classificou nesta segunda-feira como um ato de “delincuência judicial”.

A decisão do TSJ foi tomada em resposta a um recurso apresentado por Machado, que havia sido inabilitada em 2017 por acusações de “incitação ao ódio” e “incitação à violência”.

María Corina é uma das principais líderes da oposição venezuelana e uma crítica ferrenha do governo de Nicolás Maduro. Ela é considerada uma das favoritas para vencer as eleições presidenciais deste ano.


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