Em delação, Cid disse que Bolsonaro o ordenou a falsificar registro de vacinação

Em depoimento à Polícia Federal (PF) que faz parte da delação premiada, o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, disse que emitiu os certificados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e da filha de 12 anos de Bolsonaro, Laura Bolsonaro.

De acordo com o depoimento de Cid, a ordem para emitir esses documentos falsos partiu do próprio Jair Bolsonaro.

Segundo o tenente coronel, os dois documentos foram impressos no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, e entregues em mãos a Bolsonaro.

A delação de Cid ainda é mantida em sigilo, mas trechos foram incluídos pela PF no relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro, Mauro Cid e mais 15 pela suposta fraude nos cartões de vacina.

O relator do inquérito no STF, ministro Alexandre de Moraes, retirou o sigilo desse relatório nesta terça (19).

CONFIRA OS TRECHOS DA DELAÇÃO DE CID:

“QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha […]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do expresidente e sua filha […] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, expresidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, […];”

“QUE confirma recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha […]; QUE esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente;”


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