O jornal britânico Financial Times se manifestou sobre o encontro presidido por Lula (PT), que teve foco no auxílio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e contou com a presença dos irmãos Joesley e Wesley Batista, envolvidos no escândalo de corrupção da Lava Jato. O texto destaca o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chama de “o juiz por trás da iniciativa para enterrar a maior investigação de corrupção da América Latina”, em referência às decisões do magistrado sobre a operação Lava Jato.
– Para muitos, o retorno público dos irmãos Batista destaca como o legado da longa investigação da Lava Jato está sendo desmantelado desde o retorno de Lula à presidência para seu terceiro mandato não consecutivo – diz a reportagem.
A série de decisões contra a Operação Lava Jato emitidas por Toffoli não se encerrou com a anulação de todos os atos praticados pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra o executivo Marcelo Odebrecht e segue com força total. No dia 24 de maio, o magistrado emitiu mais três decisões com anulações de provas obtidas na ofensiva.
Toffoli declarou nulas as provas do acordo de leniência da Odebrecht contra Ulisses Sobral Calile, ex-executivo da Petrobras condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além dele, o ministro também aplicou a mesma nulidade em favor de Demetrio Papadimitriu Bagatelas, panamenho que responde a um processo em seu país com base no material da empreiteira.
No caso do panamenho, Toffoli também proibiu que as provas decorrentes dos acordos de leniência da construtora sejam utilizadas em atos de cooperação do Brasil com o Panamá que possam embasar processos contra Demetrio em seu país.
Na mesma data, o ministro ainda anulou todos os atos praticados por procuradores da Lava Jato e pelo ex-juiz Sergio Moro contra o advogado Tulio Bandeira, investigado no âmbito da Operação Rádio Patrulha. Bandeira foi beneficiado pela extensão de uma decisão de Toffoli que anulou provas contra o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR).