O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu nesta segunda-feira (26), um “SOS global” pedindo que os governos internacionais aumentem ações climáticas, especialmente em relação a conservação marítima. O alerta veio após dois relatórios da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Time de Ação Climática da ONU apontarem que os níveis de elevação do mar estão ameaçando ilhas do oceano Pacífico.
– Estou em Tonga para emitir um SOS mundial sobre a rápida elevação dos níveis do mar. Uma catástrofe em escala mundial está colocando em risco este paraíso do Pacífico – pontuou em nota enviada de Tonga, durante evento da ONU
A conclusão dos estudos dos órgãos das Nações Unidas é de que as mudanças climáticas estão acelerando as alterações no oceano com “impactos devastadores”, conforme a temperatura continua a bater recordes de alta.
– Sem cortes dramáticos nas emissões, as ilhas do Pacífico devem esperar elevação de pelo menos 15 centímetros nos níveis marítimos até o meio do século e mais de 30 dias por ano de enchentes em alguns lugares – acrescentou.
Mais expostas aos efeitos, as ilhas do Pacífico fazem parte das regiões globais com o menor percentual de emissões de carbono. Segundo a ONU, limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e, por consequência, evitar a elevação marítima exigirá cortar as emissões em 43% até 2030 e em 60% até 2035, em relação aos níveis registrados em 2019.
Guterres pediu que o grupo das vinte maiores economias globais (G20), que são as mais poluentes, se comprometam com novas ações climáticas, assim como outras economias globais. O secretário-geral da ONU defendeu que são necessários planos claros de contribuições nacionais determinadas para reduzir emissões de carbono, triplicar capacidade de fontes renováveis e duplicar eficiência energética, além de eliminar o desmatamento até 2030.
Além disso, Guterres afirmou que as nações mais ricas precisam cumprir suas promessas, incluindo a criação até 2025 de um fundo adaptado para financiar pelo menos 40 bilhões de dólares (o equivalente a R$ 219 bilhões) anualmente em inovações climáticas. Fundos para apoiar ilhas do Pacífico e outros países vulneráveis a reparar danos das mudanças climáticas também é necessário, apontou o secretário-geral.