O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez críticas contundentes nesta terça-feira (24) em relação às omissões da ala esquerdista sobre as ditaduras de líderes de esquerda na América Latina. Durante um evento sobre Defesa da Democracia e Combate ao Extremismo, realizado à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, Boric destacou a necessidade de que os países progressistas adotem uma posição clara em defesa da democracia.
“Às vezes, fracassamos em criticar as ditaduras de esquerda, não utilizando a mesma medida para aqueles que estão do nosso lado. Isso tem ocorrido frequentemente na América Latina e nos prejudicado muito”, afirmou Boric, ressaltando conversas anteriores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o impacto negativo da “venezuelização” na política interna.
Boric enfatizou que as violações de direitos humanos não devem ser avaliadas de acordo com a ideologia do governante, seja ele o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “As forças progressistas se debilitam quando adotam posturas ambíguas em função de interesses e amizades mal compreendidas, ao invés de se basearem em princípios”, criticou.
Ele também observou que a direita em muitos países hesitou em condenar as tentativas de golpe e, quando o fez, muitas vezes de forma ambígua. Para Boric, a esquerda não deve aplicar padrões diferentes na avaliação de quem se considera aliado, alertando que essa incoerência tem prejudicado o crescimento das esquerdas na região.
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