A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, fez uma ligação a Donald Trump na manhã de quarta-feira para parabenizá-lo pela vitória nas eleições presidenciais de 2024, conforme informou um assessor sênior de Harris à imprensa local. Durante a conversa, Harris ressaltou a importância de uma transferência pacífica de poder e destacou que o novo presidente deve ser um líder para todos os americanos.
Em paralelo, a equipe de Harris passou a manhã e a tarde trabalhando no discurso de concessão, que será feito às 16h, na Universidade Howard, instituição onde a vice-presidente se formou. Segundo assessores, antes de hoje, a equipe de Harris havia dedicado pouco tempo para preparar um discurso de concessão ou vitória. A estratégia inicial da campanha era focada em um discurso que motivasse os eleitores a “segurarem firme”, já que a expectativa era de resultados incertos nas eleições.
Biden também se prepara para parabenizar Trump e falar sobre os resultados
O presidente Joe Biden também planeja ligar para Trump na quarta-feira para parabenizá-lo pela vitória e falar publicamente sobre o resultado das eleições. De acordo com um oficial da Casa Branca, a reação de Biden incluirá ações que Trump não tomou em 2020, como uma ligação de felicitações, um convite para a Casa Branca e uma oferta para participar da cerimônia de posse de Trump.
Resultados das eleições e os estados decisivos
A NBC News anunciou a vitória de Trump por volta das 5h30 da manhã (horário de Brasília), com 276 votos eleitorais, contra 223 de Harris. Trump, por sua vez, fez seu discurso de vitória por volta das 2h30 da manhã (horário de Brasília) em um evento em Flórida, comemorando sua reeleição.
Embora os estados de Nevada, Michigan e Arizona ainda estivessem indefinidos na manhã de quarta-feira, Trump conseguiu levar a melhor em vários estados cruciais para o resultado final, como Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte e Wisconsin. Esses estados foram fundamentais para a campanha de Trump, que passou grande parte do tempo neles.
A trajetória de Kamala Harris e a batalha acirrada
Kamala Harris, de 60 anos, iniciou sua campanha presidencial após a desistência de Biden em 21 de julho, que a endossou como a candidata oficial do Partido Democrata. A decisão de Biden de abandonar a corrida foi tomada após seu desempenho decepcionante no debate presidencial de junho, onde a idade e a capacidade de vencer as eleições geraram preocupação dentro do partido.
Com pouco mais de três meses para sua campanha, Harris enfrentou desafios, incluindo uma disparidade de gênero, com uma maior porcentagem de eleitores homens, especialmente brancos, apoiando Trump. Em uma pesquisa de saída da NBC News, 54% dos eleitores homens votaram em Trump, enquanto 44% escolheram Harris.
Harris se posicionou como a “azarona” da disputa, buscando se distanciar de Biden e sua administração, ao mesmo tempo em que se apresentava como uma candidata de mudança. Suas propostas incluíam uma “economia de oportunidades” voltada para a classe média, aumento da taxação sobre os mais ricos, proteção do direito ao aborto e medidas para tornar o aluguel mais acessível.
Trump e a sua proposta para os EUA
Donald Trump, de 78 anos, apresentou-se como o candidato capaz de fortalecer a economia e lidar com os conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio. A vitória de Trump ocorre mesmo após sua condenação em 34 acusações criminais relacionadas a um caso de pagamento de silêncio em Nova York e sua tentativa de anular as eleições de 2020, que culminaram no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.