Áudio sugere negociação da morte de delator do PCC; OUÇA

Um áudio de uma conversa entre um policial civil e um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) mostra negociação da morte do empresário Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa. Ele foi assassinado a tiros na última sexta-feira (8/11).


O material, obtido pelo Metrópoles, foi gravado pelo próprio Vinícius, sem que os interlocutores soubessem, e entregue ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). Na conversa, a oferta pela morte do empresário é de R$ 3 milhões.

Ouça:

“Você acha que três [milhões] vai?”, pergunta o integrante do PCC. “É, pensa nos três, vai pensando, me fala depois”, responde o policial. “Mas você acha que ‘tá’ fácil resolver ou ‘tá complicado’?”, questiona o faccionado, ao que o policial afirma: “Tá fácil, facinho”.

O integrante do PCC ainda pergunta se “o passarinho tá voando direto” — se o Vinícius está saindo de casa. O policial responde que “às vezes voa, só que tem um segurança”.

O policial civil registrado na conversa é o agente Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”. Ele foi preso pela Polícia Federal (PF) em agosto após registrar o recebimento de R$ 800 mil em propina paga por integrantes do PCC. Depois do término da ligação, “Xixo” diz a Vinícius que ele é “seu irmão”.

O empresário era jurado de morte pelo PCC por estar supostamente envolvido no assassinato de dois membros da maior facção do Brasil, entre eles um chefão. Vinícius havia sido alvo de uma tentativa de homicídio, a tiros, na noite de Natal do ano passado.

O duplo homicídio ocorreu em 27 de dezembro de 2021 e teria sido cometido em parceria com o agente penitenciário David Moreira da Silva. Noé Alves Schaum, denunciado por ser o executor dos membros do PCC, foi assassinado em 16 de janeiro do ano passado.

Vinícius fechou acordo de delação premiada para ajudar na investigação de um núcleo do PCC envolvido com lavagem de dinheiro. Em um trecho do depoimento, obtido pelo Metrópoles, o empresário disse ter documentos que comprovam movimentações financeiras da facção.


“Tenho planilhas de pagamentos, contrato, matrícula, contas de onde vinham seguindo o dinheiro. Então, dá para a gente fazer o caminho inverso. Tenho conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento [os documentos], mas a única coisa que eu preciso, cada vez mais, é de mais segurança. Eu preciso de um amparo de vocês também, senão vocês estão falando com um morto-vivo hoje aqui”, afirmou Vinícius Gritzbach.

*Fonte Metrópoles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

x