O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliou nesta terça-feira (26) como “muito fraca” uma carta enviada pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A declaração de Lira vem após a polêmica gerada pela afirmação de Bompard de que a rede não venderia mais carnes provenientes do Mercosul nas lojas da França, o que gerou forte repercussão. Lira sugeriu que a resposta adequada da empresa deveria ter sido uma “desculpa formal”, registrando a qualidade dos produtos brasileiros, como forma de minimizar os danos à imagem do Brasil.
As declarações do presidente da Câmara ocorreram durante uma entrevista coletiva após sua participação em uma reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O encontro teve como tema a tramitação do projeto de lei sobre reciprocidade econômica entre os países, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR). O texto, atualmente na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, visa proibir o Brasil de participar de tratados e acordos que imponham restrições às exportações brasileiras, caso outros países ou blocos não adotem normas equivalentes às brasileiras em suas legislações.
Arthur Lira afirmou que vai propor aos líderes da Câmara que aprovem com urgência o trâmite do projeto. Se aprovado, o projeto passará a ser relatado pelo deputado Zé Vitor (PL-MG). A expectativa é de que, após ser aprovado na Câmara, o texto tramitará de forma conjunta com um projeto semelhante que já está no Senado. Esse projeto, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), também trata de temas relacionados ao livre comércio e tem como relatora a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Lira também se mostrou confiante de que o governo federal não se oporá aos projetos, considerando-os como essenciais para garantir “mecanismos de freios e contrapesos” nas relações comerciais bilaterais do Brasil. Ele destacou que, uma vez aprovado, o impacto do projeto será sentido não apenas pela União Europeia, mas por todos os parceiros comerciais do Brasil.
Em relação à polêmica com o Carrefour, Lira frisou que o Brasil não pode “minimizar o episódio” e que é crucial uma resposta firme às narrativas que distorcem a qualidade da produção brasileira. “Não podemos deixar que a desinformação continue. O Carrefour francês não pode ser dissociado do Carrefour brasileiro, já que seus lucros aqui vão diretamente para a França”, declarou.
Lira alertou para a necessidade de uma postura firme por parte do governo, do Congresso e de outras entidades do Brasil, a fim de reforçar o que ele exige uma escalada de desinformação sobre a produção nacional. Ele também descobriu que os outros países do Mercosul se unam em defesa do bloco diante das críticas feitas por Bompard.
O presidente da Câmara concluiu que, com o apoio do Congresso e do governo, o Brasil deve continuar defendendo a integridade de suas práticas agrícolas, enfatizando a importância de proteger a imagem do país no cenário internacional.
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