Gilmar Mendes diz ser “constrangedor” envolvimento de militares em suposto plano de golpe de Estado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, destacou a postura das Forças Armadas ao não endossarem um suposto plano de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal (PF). No entanto, considerou “constrangedora” a participação de militares de alta patente na articulação da tentativa de golpe.

As declarações do ministro Gilmar Mendes foram feitas nesta quinta-feira (28), em Lisboa, durante o Fórum de Integração Brasil Europa. O evento reúne autoridades brasileiras, como Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.

“As Forças Armadas se mantiveram íntegras, pelo que se percebe no relatório. Dos três comandantes, apenas o da Marinha apoiou este tipo de situação, embora seja constrangedor e haja militares de alta patente envolvidos neste processo”, afirmou Gilmar Mendes.

O ministro do STF também falou sobre a questão da atuação de militares em cargos públicos: “Acho que seria um fortalecimento da institucionalidade definir que cargos e em que tempo militares podem ocupar funções administrativas”.

De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), os então comandantes do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) recusaram participar do plano golpista em 2022, enquanto o comandante da Marinha teria aderido à trama.

Na última quinta-feira (21), a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou não descartar novos indiciamentos no caso.

Gilmar ressaltou a possibilidade de avanços no inquérito. “Por conta exatamente de haver pessoas presas e indiciadas que serão já agora ouvidas”, disse o ministro.


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