Maior rede de varejo do mundo, a Walmart decidiu se juntar às empresas que abandonaram a chamada agenda woke, cancelando medidas como o financiamento de eventos LGBTQIA+, deixando de considerar a raça ou gênero em suas contratações e na escolha de fornecedores, além de encerrar a venda de itens polêmicos, como cintas peitorais para crianças transexuais.
A mudança ocorre após pressão de grupos conservadores e da eleição do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos. Segundo uma fonte confirmou à agência Reuters, a empresa está disposta a “mudar junto com funcionários e clientes que representam toda a América”.
As medidas progressistas faziam parte do departamento “diversity, equity and inclusion (DEI)” (em português significa diversidade, equidade e inclusão). A derrubada do DEI na Walmart foi revelada pela Bloomberg, que teve acesso a um relatório detalhando as decisões da rede varejista.
Influenciador e ativista de direita, Robby Starbuck foi uma figura importante para a mudança de posicionamento da Walmart, atuando com a empresa para que ela passasse a evitar boicotes de consumidores contrários à agenda woke. O ativista afirma que empresas como Amazon e Target devem ser as próximas a serem pressionadas a deixar suas iniciativas woke.
Algumas das outras companhias que já decidiram recuar nas bandeiras progressistas são a multinacional do ramo aeroespacial Boeing, a fabricante de automóveis Ford e a vendedora de tratores e máquinas agrícolas, John Deere, que chegava a dar treinamentos sobre pronomes neutros e a promover corrida infantil do orgulho gay, mas devido a uma enxurrada de críticas nas redes sociais, anunciou que “não participará mais de eventos externos de conscientização social ou cultural, como paradas e festivais”.
Para o cientista político brasileiro Fernando Schüler, o declínio da onda woke provavelmente teve como ponto de virada o comercial da Bud Light, com imagem da Dylan Mulvaney, a ativista trans, na latinha da cerveja.
– As vendas despencaram, a empresa teve um prejuízo histórico. Não foi um caso isolado. Uma série de empresas, como John Deere, Disney e muitas outras, anunciou seu recuo. Uma das mudanças é o caso da Ford, informando que não usará mais cotas em contratações e evitará os “temas polarizantes” da agenda identitária. A mudança das empresas não se dá no vácuo. Menções ao termo “privilégio branco” caíram de 2,5 vezes a apenas 0,4 para cada milhão de palavras no New York Times, entre 2020 e 2023. (…) Há sinais de mudança na cultura – destacou.