MST inicia vigília no Incra e ocupa fazendas no RS

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram duas fazendas no Rio Grande do Sul e fazem uma “vigília, sem previsão de término”, na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre.

As ações tiveram início na manhã da última terça-feira, 3, e são chamadas de “Natal com Terra”. O movimento deve fazer novas invasões nos próximos dias, a fim de pressionar o governo por reforma agrária.

De acordo com comunicado do grupo, as duas propriedades invadidas — a Fazenda Nova e a Fazenda Santa Angélica — ficam no município de Pedras Altas. O MST diz que 170 famílias do Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra participam da invasão.

“São áreas que têm a capacidade de assentar quase 180 famílias”, afirmou Ildo Pereira, da coordenação do Acampamento João Sales. “Só vamos arredar o pé do Incra quando tivermos a legalidade de uma área para poder pegarmos nossa terra. Só saímos daqui assentados”, acrescentou outro líder do MST, Clério Renato.


A vigília do MST no Incra do Rio Grande do Sul

Segundo o MST, o objetivo da invasão das fazendas e do acampamento no Incra é pressionar pelo “avanço nos processos de reforma agrária, que estão paralisados há mais de uma década”.

Uma das exigências é dar celeridade às “vistorias e compras de terras para possibilitar o assentamento de cerca de 1,5 mil famílias que seguem acampadas no Estado”.

Ao todo, 250 famílias participam da vigília, informou o grupo. “Viemos por tempo indeterminado reivindicar que cumpram com a agenda”, disse João Onofre, da coordenação estadual do MST.

Os manifestantes fazem parte dos acampamentos Herdeiros da Luta, de Tupanciretã; Sepé Tiaraju, de Encruzilhada do Sul; e 8 de Março, de Charqueadas

O superintendente do Incra do RS, Nelson Grasselli, ainda não se manifestou sobre o protesto, assim como o governo federal segue em silêncio.

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