O presidente da Argentina, Javier Milei, se pronunciou pela primeira vez sobre a detenção de Nahuel Gallo, o gendarme argentino que foi preso pelo regime de Nicolás Maduro em Venezuela. Em um discurso no dia 12 de dezembro, durante uma cerimônia no Colégio Militar, Milei classificou o líder venezuelano como “ditador criminoso” e destacou que o governo argentino está empenhado em garantir a libertação de Gallo.
“Antes de começar o meu discurso, quero me referir ao sequestro ilegal de Nahuel Gallo na Venezuela. Ele foi detido pelas forças de segurança sob o comando do ditador criminoso Nicolás Maduro, pelo único ‘crime’ de ter ido visitar a sua esposa e seu filho”, disse Milei, em um tom firme.
O gendarme, originário de Catamarca, está preso desde o dia 8 de dezembro, quando foi detido ao atravessar a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, com destino a Táchira, na Venezuela. Milei, que já havia expressado sua indignação com o regime de Maduro, reforçou o compromisso do governo argentino em buscar todos os meios diplomáticos para garantir a libertação do oficial. “Exigimos a sua liberação imediata e não mediremos esforços diplomáticos para trazê-lo de volta à Argentina são e salvo”, declarou.
Desafios Diplomáticos para a Libertação de Gallo
Desde que Milei denunciou a fraude nas eleições presidenciais de julho e reconheceu a vitória de Edmundo González Urrutia, as relações diplomáticas entre Argentina e Venezuela ficaram ainda mais tensas, culminando na expulsão da diplomacia argentina de Caracas. Isso resultou na perda de representação consular argentina na Venezuela, e o Brasil passou a proteger a residência argentina no país.
Esse cenário tem dificultado as negociações para a libertação de Gallo, uma vez que a Argentina não possui mais representação consular direta. Em resposta, o governo argentino tem buscado apoio diplomático de outros países, incluindo Brasil, Colômbia e França, para pressionar o regime bolivariano. O chanceler Gerardo Werthein está à frente das tratativas externas, buscando estabelecer interlocutores que possam influenciar nas negociações.
A Detenção de Nahuel Gallo
A prisão de Gallo ocorreu no ponto de fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, no momento em que ele cruzava o Puente Internacional Francisco de Paula Santander, com destino à cidade venezuelana de Táchira. O gendarme, que vive em Mendoza e presta serviço na fronteira com o Chile, viajou para a Venezuela com uma escala na Colômbia, com o objetivo de reduzir os custos da viagem. Após realizar os trâmites de imigração na Colômbia pela manhã, ele fez o mesmo procedimento em território venezuelano, onde foi imediatamente detido.
Gallo havia planejado pegar um voo às 11 horas do dia 8 de dezembro, do aeroporto de San Antonio del Táchira para Caracas, mas nunca chegou a embarcar. O último contato com sua família ocorreu às 10h54 daquele dia, quando ele informou à sua esposa que estava sendo sequestrado.
De acordo com a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, Gallo está atualmente detido em uma base dos Serviços de Inteligência Venezuelanos, em Táchira. O governo argentino segue trabalhando para que o gendarme seja liberado o quanto antes e retornado à Argentina.