A Polícia Federal (PF) abriu nesta terça-feira (24) um inquérito para apurar a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão, cujas indicações não teriam cumprido os critérios constitucionais de transparência. O caso envolve recursos destinados sem que os verdadeiros responsáveis pela indicação fossem oficialmente identificados.
A investigação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, após solicitações de partidos de espectros opostos, como Novo e PSOL. Ambos questionaram o formato adotado no encerramento do ano Legislativo para a liberação dos valores bilionários.
A operação das emendas é atribuída ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ele teria direcionado os recursos a parlamentares por meio de líderes partidários, mascarando as indicações como se fossem oriundas de comissões da Casa. O estado de Alagoas, base eleitoral de Lira, foi um dos maiores beneficiados, recebendo cerca de R$ 500 milhões. O deputado é apontado como possível candidato ao Senado em 2026.
Em decisão prévia, Flávio Dino suspendeu o pagamento das emendas sob suspeita e determinou a abertura do inquérito pela PF. A medida atende à denúncia apresentada por partidos, que alegaram irregularidades na destinação das verbas, indicando violação dos critérios de transparência exigidos pela Constituição.
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