Venezuela fecha fronteira com Brasil

O governo da Venezuela fechou a fronteira com o Brasil nesta sexta-feira (10), coincidindo com a posse do ditador socialista Nicolás Maduro como “presidente” do país. A Polícia Militar do estado, em nota enviada ao site g1, informou que as movimentações em Pacaraima, na fronteira entre os dois países, seguem dentro da normalidade, com uma leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, mas sem alterações significativas.

A PM destacou ao portal que, em situações similares, a Venezuela historicamente impõe restrições à passagem em seu território na região.

Nicolás Maduro assumiu oficialmente o cargo de “presidente” da Venezuela em uma cerimônia realizada na sede da Assembleia Nacional, em Caracas. O evento foi conduzido por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia e aliado do chavismo, marcando o encerramento de um processo eleitoral amplamente questionado por falta de transparência, autoritarismo e violência contra opositores.

Durante o pleito, o regime não apresentou evidências concretas da vitória de Maduro, enquanto a oposição, com uma contagem paralela das atas eleitorais, reivindicou a vitória de Edmundo González Urrutia.

Em seu discurso de posse, Maduro afirmou que nenhum país ou entidade externa poderia impor um presidente à Venezuela. O líder também criticou a oposição venezuelana e atacou verbalmente o presidente da Argentina, Javier Milei, classificando-o como “sádico social”. Milei é conhecido por sua oposição ao regime de Maduro.

As eleições presidenciais venezuelanas, realizadas em 28 de julho de 2024, ocorreram sob um cenário de crescente repressão e restrições à participação da oposição, tornando improvável a realização de um pleito justo. Ainda no início do ano, María Corina Machado, principal líder opositora de Maduro, teve sua candidatura barrada pelas autoridades eleitorais.

Edmundo González, que emergiu como candidato surpresa, foi um dos poucos a conseguir registrar sua candidatura. Contudo, dias antes da votação, a ditadura de Maduro cancelou os convites a observadores internacionais, intensificando as suspeitas sobre a lisura do processo. Adicionalmente, o regime impôs severas restrições aos fiscais da oposição.

A eleição desencadeou uma onda de repressão, resultando em mortes e prisões em massa. Edmundo González exilou-se na Espanha, enquanto María Corina Machado permanece escondida na Venezuela.

González havia declarado a intenção de tomar posse no país nesta sexta-feira, desafiando o governo Maduro.


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