O governo Lula destruiu mais de R$ 1,9 bilhão em medicamentos, vacinas e insumos do Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2023 e 2024. Este valor alcançou um recorde histórico de dez anos, entre 2015 e 2024. Esse montante seria suficiente para financiar 126,8 mil Benefícios de Prestação Continuada (BPC).
A gestão petista resultou em um desperdício três vezes maior do que o governo anterior, que descartou cerca de R$ 604,5 milhões em produtos.
Somente em 2023, o desperdício foi de R$ 1,3 bilhão, o maior registrado na série histórica. Em 2024, esse valor caiu para R$ 625,6 milhões. Mesmo assim, continuou sendo o segundo maior valor e superou o total de incinerações do governo Bolsonaro. O Ministério da Saúde justificou o elevado desperdício de 2023 com a pandemia de covid-19 e os estoques deixados pela gestão anterior.
Entre 2015 e 2024, os governos federais descartaram mais de R$ 2,7 bilhões em produtos. As vacinas contra a covid-19 foram as responsáveis pelo maior desperdício, o que totalizou R$ 1,8 bilhão. Essas informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Em novembro de 2023, o portal Metrópoles revelou que o ministério havia incinerado 10,9 milhões de vacinas vencidas durante o governo de Lula. Outros 12 milhões de doses estavam fora da validade e também deveriam ser descartadas.
Governo informou que conseguiu salvar 12,3 milhões de doses herdadas da gestão anterior
O Ministério da Saúde informou que conseguiu salvar 12,3 milhões de doses herdadas da gestão anterior. As doses foram destinadas a doações internacionais e parcerias com Estados e municípios, o que resultou em uma economia de quase R$ 252 milhões.
A pasta também destacou ações para melhorar a vacinação no país, como o Movimento Nacional pela Vacinação, estratégias regionais e vacinação em escolas e áreas remotas. O ministério afirmou que a maioria das vacinas vencidas em 2023 eram contra a covid-19, reflexo dos estoques herdados e da desinformação, que prejudicaram a adesão da população.
O ministério também revelou que encontrou 27,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 vencidas, o que gerou um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões. Mais de 33 milhões de doses foram encaminhadas para incineração. Para evitar novos desperdícios, o Ministério da Saúde adotou medidas como a entrega parcelada das vacinas contratadas e a possibilidade de troca por versões mais atualizadas aprovadas pela Anvisa.
A pasta explicou que o desperdício de medicamentos e vacinas ocorre por diversos motivos. Mudanças nas demandas de saúde, oscilações nos casos de doenças transmissíveis, judicialização das aquisições e avarias nos produtos podem levar à incineração.
Além disso, o ministério destacou que nem sempre a incineração resulta em perda total. Em alguns casos, é possível a restituição dos valores por parte dos fornecedores.