Delegado revela novos detalhes sobre envenenamento de Família Torres

As investigações sobre o caso de envenenamento que chocou Torres, no Rio Grande do Sul, revelaram um novo desdobramento que pode ser crucial para solucionar o crime que levou à morte de três membros de uma mesma família no final do ano passado. Deise Moura dos Anjos, parente das vítimas e principal suspeita do crime, teria assinado o recebimento de uma encomenda de arsênio, substância tóxica usada nos homicídios, conforme apontou a Polícia Civil gaúcha.

Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira (28), o delegado Fernando Sodré revelou que os investigadores solicitaram informações aos Correios, que confirmaram que a assinatura na entrega do veneno era de Deise. “Estamos convencidos de que ela é a autora desse plano que resultou na morte de pessoas da mesma família e no risco de vida para outras”, disse Sodré.

Com mais de 26 anos de experiência, o delegado afirmou nunca ter se deparado com um caso tão complexo dentro de um conflito familiar. Deise, que já está sob prisão temporária, teve a detenção prolongada por mais 30 dias. Durante esse período, serão realizadas novas diligências e formalizações de documentos para justificar um pedido de prisão preventiva.

Os investigadores reuniram provas indicando que Deise praticou assassinatos em série, suspeita-se que ela tenha assassinado quatro parentes entre setembro e dezembro do ano passado. Além disso, Deise é investigada por tentativas de homicídio dentro da sua família.

Entre as vítimas do envenenamento mais recente estão Maida Berenice Flores da Silva, Tatiana Denize Silva dos Santos e Neuza Denize Silva dos Anjos, que vieram a óbito após consumirem um bolo envenenado. Zeli dos Anjos, sogra de Deise, e uma criança também ingeriram a substância, mas se recuperaram.

Evidências mais comprometedoras incluem uma nota fiscal de compra de arsênio encontrada no celular de Deise e registros de pesquisas suspeitas na internet sobre venenos mortais. A defesa de Deise afirmou que as buscas eram para entender um laudo que sugeria arsênio no sangue de seu sogro, também supostamente vítima de envenenamento.

Conversas de Deise com outros familiares, coletadas pela polícia, são usadas como provas no caso e sugerem uma tentativa deliberada de manipular a percepção dos envolvidos sobre os óbitos. O desenrolar do inquérito permanece sob sigilo, enquanto a defesa busca reavaliar as provas apresentadas pelas autoridades.


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