Dólar sobe para R$ 5,79 enquanto Ibovespa derrete

O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira (7), refletindo as incertezas no cenário econômico global e nacional. A moeda norte-americana avançou 0,51% frente ao real, encerrando o dia cotada a R$ 5,79, após atingir a máxima de R$ 5,80. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), registrou uma queda expressiva de 1,27%, fechando aos 124.617 pontos.

A escalada do dólar e a desvalorização do mercado de ações no Brasil foram impulsionadas, em grande parte, por uma nova ameaça comercial dos Estados Unidos. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que pretende divulgar, na próxima semana, um conjunto de “tarifas recíprocas” contra vários países. A declaração reacendeu os temores de uma nova escalada na guerra comercial internacional, já evidenciada por tarifas impostas pelos EUA contra a China, México e Canadá.

Outro fator que pesou sobre os mercados foi a divulgação do payroll, principal indicador do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, o país criou 143 mil vagas de emprego não-agrícolas em janeiro, um número abaixo da expectativa de 170 mil. Apesar disso, a taxa de desemprego caiu de 4,1% para 4,0%, mostrando sinais mistos sobre a economia norte-americana.

No Brasil, as atenções também estiveram voltadas para as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à rádio Cidade, Haddad criticou a postura do Banco Central na condução da política monetária e afirmou que a autarquia “não pode jogar o país em uma recessão”. As declarações ocorrem em meio ao recente aumento da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou os juros básicos em um ponto percentual, para 13,25% ao ano, com o objetivo de conter a inflação crescente.

Além disso, a alta dos preços dos alimentos segue como uma das principais preocupações da população e do governo. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira que não há soluções simples para a questão e defendeu que o governo adote medidas fiscais mais rígidas para enfrentar o problema. Segundo Motta, “a alta dos preços está diretamente ligada à política internacional e à valorização do dólar”.


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