Barroso e Moraes discutem liberdade de expressão com relator da OEA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o ministro Alexandre de Moraes se reuniram nesta segunda-feira (10) com o advogado Pedro Vaca Villareal, relator especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA). O encontro ocorreu na sede do STF, em Brasília, e teve como objetivo avaliar as condições da liberdade de expressão no Brasil.

Após a reunião, o STF divulgou uma nota afirmando que Barroso iniciou o encontro contextualizando os recentes acontecimentos no país que colocaram em risco a institucionalidade e exigiram uma atuação firme do Supremo. Entre esses eventos, Barroso destacou discursos de parlamentares defendendo agressões a ministros do STF, ataques às instituições e o incentivo a acampamentos que clamavam por um golpe de Estado. O magistrado ressaltou que esses acontecimentos culminaram nas invasões dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

De acordo com o Supremo, Barroso também mencionou que novas investigações, conforme relatado pela imprensa, revelaram uma avançada articulação de golpe de Estado, incluindo o planejamento da morte do presidente da República, do vice-presidente e de um ministro do STF.

Durante a reunião, Alexandre de Moraes detalhou o contexto de todas as investigações e explicou as circunstâncias que levaram à suspensão do X após o descumprimento reiterado de decisões do Supremo e a retirada dos representantes no Brasil. Moraes apresentou dados sobre as investigações que envolvem a tentativa de golpe e ataques contra as instituições, destacando que cerca de 1,9 mil pessoas foram denunciadas após os ataques de 8 de janeiro.


Eis a íntegra da nota divulgada pelo STF:
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e o ministro Alexandre de Moraes receberam nesta segunda-feira (10) o relator especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca.

O ministro Barroso iniciou a reunião contextualizando o conjunto de fatos ocorridos no país que colocou em risco a institucionalidade e exigiu a firme atuação do Supremo. Entre estes fatos estavam incluídos discurso de parlamentar que defendia a agressão a ministros do Supremo, juntamente com inúmeras ofensas, e situações de risco democrático, como a politização das Forças Armadas, os ataques às instituições, além do incentivo a acampamentos que clamavam por golpe de Estado. Esse conjunto de fatos resultou nas invasões dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

O ministro Barroso descreveu ainda que, de acordo com a imprensa, novas investigações teriam revelado uma avançada articulação de golpe de Estado, inclusive com planejamento da morte do presidente da República, do vice-presidente e de um ministro do Supremo.

Também participou da reunião o ministro Alexandre de Moraes, a convite do presidente. O ministro Alexandre expôs o contexto de todas as investigações e narrou, detalhadamente, as circunstâncias que levaram à suspensão da rede social X, após descumprimento reiterado de decisões do Supremo e retirada dos representantes no Brasil.

O ministro Alexandre expôs ainda que cerca de 1.900 pessoas foram denunciadas após os ataques de 8 de janeiro e que, atualmente, 28 investigados têm perfis em redes sociais bloqueados por ordem do STF – oito no inquérito que apura ameaças ao STF, 10 no inquérito dos atos antidemocráticos e 10 no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.

Entre as pessoas denunciadas, cerca de 450 foram condenadas, e cerca de 600 acordos de não persecução penal foram firmados, no caso de crimes menos graves.

O ministro Alexandre de Moraes esclareceu ainda que, ao longo dos últimos cinco anos, cerca de 120 perfis foram bloqueados, desfazendo a narrativa de um quadro generalizado de remoção de perfis. Em todos esses casos, houve acompanhamento da Procuradoria-Geral da República e das defesas, tendo havido mais de 70 recursos julgados em colegiado. Ou seja, em nenhum caso, os processos foram de natureza secreta para as partes envolvidas.

A reunião transcorreu em clima cordial, e o presidente ressaltou que tudo no Supremo é feito com absoluta transparência e colocou-se à disposição para qualquer esclarecimento superveniente necessário.

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