O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (25) a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, após uma breve reunião entre os dois no Palácio do Planalto. Nísia será substituída por Alexandre Padilha, que deixa a Secretaria de Relações Institucionais para assumir a pasta da Saúde. A mudança é vista como um movimento para dar início à reforma ministerial e reforçar o viés político na gestão da saúde pública.
Padilha, que já havia comandado o Ministério da Saúde no governo Dilma Rousseff, assume o cargo em meio a um cenário de críticas à gestão de Nísia, que não conseguiu consolidar uma identidade forte para a pasta. A saída de Nísia ocorre após pressões para que ela concretizasse entregas prioritárias para o presidente Lula, especialmente no contexto de desafios enfrentados pelo governo, como a baixa popularidade.
O ex-ministro chega ao cargo em um momento delicado para o governo federal, que busca reverter sua imagem e fortalecer políticas públicas de maior visibilidade. A gestão de Padilha na saúde será crucial para moldar a percepção do público sobre o compromisso do governo com questões de saúde pública.
A decisão de substituir Nísia ocorre poucas horas após ela participar de uma cerimônia com o presidente Lula, onde anunciaram um acordo para a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan. Essa última ação de Nísia, contudo, não foi suficiente para apagar as críticas à sua condução da pasta.
Com a mudança, o número de mulheres à frente dos ministérios do governo Lula é reduzido para 9 de 38. A troca também se insere em uma estratégia mais ampla de aliança com partidos de centro e centro-direita, como PSD e MDB, visando a aumentar a popularidade do governo e preparar o terreno para uma possível campanha à reeleição em 2026.
