Eduardo Bolsonaro responde se voltará ao Brasil após Moraes negar apreensão de seu passaporte

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta terça-feira (18) que “não há a mínima possibilidade” de retornar ao Brasil, mesmo após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que arquivou o pedido para reter seu passaporte. O parlamentar, que desde 27 de fevereiro está nos Estados Unidos, pediu licença de seu mandato no mesmo dia e declarou que permanecerá no país por considerar o Brasil inseguro para quem faz oposição.

Em entrevista à Revista Oeste, Eduardo declarou: “Não há a mínima possibilidade de voltar ao Brasil. O Brasil já não é um local seguro para você fazer oposição. Um local onde não há liberdade de expressão. O Alexandre de Moraes, como a gente sabe, é uma psicopata. Então não há a menor possibilidade de eu voltar.” Apesar da decisão de Moraes, que seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo arquivamento de uma investigação criminal contra o deputado, Eduardo se manteve firme em sua decisão de permanecer nos EUA.

Em sua conta no X, Eduardo reforçou sua posição e criticou o STF, afirmando que sua permanência nos Estados Unidos visa combater o que chamou de “vírus brasileiro”. Ele ainda mencionou figuras americanas como Jason Miller, que “sofreu na pele com Moraes”, Elon Musk, que está envolvido no inquérito das Fake News, e as plataformas Truth Social, de Donald Trump, e Rumble, que processam Moraes devido à censura. “Os EUA de @realDonaldTrump não irão interferir em outro país para moldá-lo a seu prazer, tampouco dar privilégios. Porém, certamente, irão se defender deste ‘vírus brasileiro’”, escreveu, destacando que “o mandato de Trump termina em 2029, enquanto a aposentadoria compulsória de Moraes só ocorre em 2043”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se pronunciou sobre a decisão de seu filho, Eduardo. Em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou que o deputado ficará nos Estados Unidos por tempo indeterminado, para “combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança em nosso país”. O ex-presidente explicou que a decisão de Eduardo de permanecer nos EUA foi tomada após avaliar os riscos que o deputado enfrentaria ao retornar ao Brasil. “Estou em pensamento com o povo americano, tenho profundo respeito, admiração e gratidão por Donald Trump. Sei que no momento ele continuará abraçando o meu filho”, comentou.

Bolsonaro revelou ainda que Eduardo, que está nos Estados Unidos há 20 dias, planeja “trabalhar pela liberdade” e buscar maneiras de “colaborar para que o país volte à sua normalidade democrática”. O ex-presidente alinhou-se à narrativa do filho sobre uma perseguição política, apoiando as críticas ao STF e à Polícia Federal.

A decisão de Moraes de não reter o passaporte de Eduardo ocorreu após uma notícia-crime apresentada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que acusava o deputado de atuar contra os interesses nacionais em suas relações com o governo Trump. A PGR concluiu, no entanto, que não havia elementos suficientes para justificar uma investigação, levando ao arquivamento do caso. Apesar disso, Eduardo manteve sua desconfiança em relação ao sistema judiciário brasileiro e aposta na influência que tem nos Estados Unidos para continuar sua atuação política à distância


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