A embaixada israelense no Vaticano publicou, nesta segunda-feira (24), um comunicado em resposta ao discurso do Angelus do papa Francisco realizado neste domingo (23), afirmando ao pontífice que “o Hamas violou repetidamente o cessar-fogo” e que “a operação israelense está sendo realizada em total conformidade com o direito internacional, visando minimizar os danos aos civis”.
Na mensagem do Angelus divulgada por escrito antes de receber alta do hospital Gemelli após 38 dias internado, Francisco escreveu:
– Fiquei triste com a retomada de intensos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com muitos mortos e feridos. Peço o cessar imediato das armas e a coragem de retomar o diálogo, a libertação de todos os reféns e um cessar-fogo definitivo – assinalou o líder católico.
Em resposta a essas observações, a embaixada israelense esclareceu em uma nota que “os combates em Gaza recomeçaram em 18 de março, 17 dias após a conclusão da primeira fase do acordo sobre os reféns, devido à falta de progresso nas negociações para sua libertação e após a rejeição pelo Hamas de duas propostas separadas feitas pelo enviado do presidente americano [Steve] Witkoff”.
E acrescentou que “enquanto o Hamas deliberadamente alveja civis, Israel toma medidas extraordinárias para minimizar os danos aos civis. Cada vítima civil é uma perda terrível”.
Afirmou também que “usou o cessar-fogo para reconstruir ativamente seu arsenal militar, repor armas e restaurar locais de lançamento de foguetes, como evidenciado pelos recentes ataques contra Israel”.
O papa também explicou em sua mensagem que “a situação humanitária na Faixa de Gaza é mais uma vez muito grave e exige o compromisso urgente das partes em conflito e da comunidade internacional”.
Ao que a missão diplomática israelense argumentou que “não há escassez de ajuda humanitária em Gaza, mas sim apropriação indevida por parte do Hamas”.