A pedido do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), o Tribunal de Contas da União (TCU) vai analisar o uso de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para trazer a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia Alarcón, condenada por corrupção, até o Brasil após ela obter asilo diplomático.
Barros, que preside a CREDN (Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional) da Câmara dos Deputados, quer apurar se houve desvio de finalidade ou favorecimento político e ideológico nesse caso.
Ele ainda busca averiguar se há registro de casos anteriores em que cidadãos de outros países condenados no exterior tenham sido trazidos ao Brasil em aeronaves militares para fins de asilo.
Nadine e seu esposo, o ex-presidente Ollanta Humala, foram condenados a 15 anos de prisão, no Peru, por receberem recursos de obras públicas de maneira ilícita por meio de operações da construtora Odebrecht (atualmente Novonor).
A ex-primeira-dama não chegou a comparecer à audiência no tribunal. O ex-chefe do Executivo sim e saiu de lá preso. Nadine refugiou-se na embaixada brasileira em Lima e deu entrada no pedido de asilo diplomático, que foi aceito. Ela chegou ao Brasil no último dia 16 de abril.
Além do pedido de auditoria no TCU, Filipe Barros aprovou a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Já o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) protocolou uma moção de repúdio contra a decisão do governo Lula (PT) de conceder asilo a Nadine.
– É o cúmulo da inversão moral. O Brasil, que foi protagonista da Lava Jato e chegou a prender figuras como Marcelo Odebrecht e até o próprio Lula, agora concede abrigo político àqueles que roubaram milhões do povo latino-americano. É como se os criminosos descondenados estivessem hoje protegendo seus antigos parceiros de corrupção – disse Zucco em sessão na Câmara.