O Friedrich Merz, líder da CDU/CSU e candidato a chanceler da Alemanha, sofreu nesta terça-feira (6/5) uma derrota histórica no Bundestag ao não conseguir a maioria necessária para ser eleito no primeiro turno. Ele obteve 310 votos, seis a menos que os 316 exigidos para a maioria absoluta, apesar de sua coalizão com o SPD possuir 328 assentos.
O que acontece agora?
A Constituição alemã prevê um processo em três etapas para a eleição do chanceler:
- Primeiro turno: O candidato precisa da maioria absoluta (316 votos). Merz falhou nesta etapa.
- Segundo turno: Pode ocorrer dentro de 14 dias. O mesmo candidato ou outro pode ser indicado, e ainda é necessária a maioria absoluta.
- Terceiro turno: Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta nos dois primeiros turnos, realiza-se uma terceira votação. Nela, basta uma maioria simples (mais votos a favor do que contra). Se um candidato for eleito por maioria simples, o presidente federal pode nomeá-lo chanceler ou dissolver o Bundestag e convocar novas eleições.
Atualmente, Merz continua como candidato e planeja concorrer novamente no segundo turno, previsto para sexta-feira. Enquanto isso, Olaf Scholz permanece como chanceler interino até a posse de um sucessor.
Impactos políticos
A derrota de Merz é sem precedentes na história da Alemanha pós-guerra e expõe divisões internas na coalizão CDU/CSU-SPD. Há especulações de que membros do SPD ou da própria CDU/CSU tenham votado contra ou se abstido.
A direita-nacionalista (AfD) aproveitou o momento para pedir novas eleições, enquanto analistas alertam para o risco de instabilidade política e econômica. O fracasso também atrasou compromissos diplomáticos de Merz, como viagens a Paris e Varsóvia, e eventos relacionados ao 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
Próximos passos
A CDU/CSU e o SPD estão em negociações para garantir apoio suficiente no próximo turno. Caso Merz falhe novamente, a Alemanha poderá enfrentar uma crise institucional, com possibilidade de novas eleições ou a nomeação de outro candidato.
A situação permanece volátil, e os próximos dias serão decisivos para o futuro político da Alemanha.