O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira (12), em Pequim, de um fórum empresarial que reúne cerca de 200 empresários brasileiros e 200 executivos chineses. O evento, voltado ao fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e China, ocorre em um momento de tensões comerciais entre os Estados Unidos e o país asiático.
De acordo com o governo brasileiro, há interesse em ampliar as exportações de produtos como proteína animal, café, alimentos industrializados e bioenergia. A China é atualmente o principal destino das exportações brasileiras, respondendo por 28% do total vendido ao exterior em 2024. Produtos como carne bovina, carne de aves, soja, celulose e açúcar estão entre os principais itens exportados para o país asiático.
O fórum é organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, é uma das participantes previstas.
A comitiva brasileira inclui ministros, parlamentares e governadores. Na terça-feira (13), Lula participa da 4ª reunião ministerial do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Também estão agendadas reuniões bilaterais com o presidente chinês Xi Jinping e outras autoridades, com expectativa de assinatura de acordos e parcerias.
Esta é a segunda visita oficial de Lula à China durante seu atual mandato. A visita anterior ocorreu em abril de 2023 e foi seguida por uma viagem do presidente Xi Jinping ao Brasil em novembro do mesmo ano, após a Cúpula do G20. Os dois líderes também se reuniram na Cúpula do Brics, realizada na África do Sul.
O encontro ocorre em um contexto de aumento das tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre produtos chineses, anunciadas pelo presidente Donald Trump. As medidas incluem a taxação de até 145% sobre itens importados da China. Em declaração recente, Trump afirmou que não pretende revisar essas tarifas. Na última sexta-feira (9), durante reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Lula comentou que decisões unilaterais sobre comércio podem afetar princípios como o multilateralismo e o livre comércio.
