O Kremlin divulgou nesta quarta-feira (14) a lista dos representantes russos que participarão das negociações com a Ucrânia em Istambul, na Turquia, nesta quinta-feira (15). O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não está entre os integrantes da delegação, apesar da pressão de Kiev e de seus aliados para que comparecesse pessoalmente ao encontro.
Segundo o governo russo, a comitiva será liderada por Vladimir Medinski, assessor presidencial, e contará também com o vice-ministro das Relações Exteriores, Mijail Galuzin, e o vice-ministro da Defesa, Aleksandr Fomin. Medinski já havia chefiado as negociações anteriores com representantes ucranianos em Istambul, em 2022.
Os nomes dos participantes russos foram mantidos em sigilo até o último momento, e chegou-se a especular que o grupo seria formado por Yuri Ushakov, assessor do Kremlin para Assuntos Internacionais, e pelo chanceler Sergei Lavrov — o que não se confirmou.
Ainda não se sabe se Vladimir Putin viajará à Turquia, mesmo que não esteja à frente da delegação.
Mais cedo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, telefonou para Putin e sugeriu que ele participasse diretamente das negociações de paz com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Segundo comunicado oficial do Palácio do Planalto, Lula “incentivou o presidente russo a comparecer às conversas” que têm como objetivo buscar o fim da guerra.
A proposta de negociação direta entre Moscou e Kiev foi feita pelo próprio Putin no último fim de semana, como uma resposta à exigência da Ucrânia e de países europeus por um cessar-fogo total e incondicional por 30 dias.
A pressão internacional sobre Putin para que participe pessoalmente das negociações também aumentou. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a se oferecer para ir à Turquia, mas condicionou sua presença à participação do líder russo — que, até o momento, não está confirmado.
Apesar das incertezas, o Kremlin confirmou que a delegação russa estará em Istambul nesta quinta-feira para retomar as negociações com a Ucrânia, suspensas há três anos.
“A delegação russa aguardará a delegação ucraniana em Istambul”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva por telefone. Ele reafirmou que a proposta de Putin para retomar as conversas segue válida.
Yuri Ushakov também afirmou que a delegação tratará de “questões políticas e também de um conjunto de aspectos técnicos”.
Do lado ucraniano, o presidente Zelensky afirmou que seu governo avaliará os próximos passos com base em quem for enviado por Moscou, mas destacou que Kiev está aberto a qualquer formato de negociação.