Zambelli reage à condenação no STF

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira (15) que jamais colocaria seu mandato em risco por uma “brincadeira sem graça”, ao comentar a condenação unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que a sentenciou a dez anos de prisão por invasão de sistema e falsidade ideológica.

“Não iria de forma alguma brincar de fazer invasão ao CNJ, brincar de mandar prender o Alexandre de Moraes, ainda mais assinado pelo próprio Alexandre de Moraes. É tão ridículo que realmente, como disse a ministra Cármen Lúcia e o ministro Alexandre de Moraes, seria burrice. Eu não colocaria meu mandato em risco por causa de uma brincadeira sem graça”, declarou a parlamentar em pronunciamento à imprensa.

A condenação de Zambelli, junto com o hacker Walter Delgatti, se refere à suposta invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. A sentença ainda cabe recurso e só terá efeitos após o trânsito em julgado. Caso a decisão seja mantida, a deputada poderá perder o mandato e ficará inelegível, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa.

Durante a coletiva, Zambelli criticou a rapidez do julgamento virtual e afirmou que as acusações não se sustentam. “As acusações não são sólidas”, disse. Ela também questionou a credibilidade de Delgatti: “A própria Polícia Federal nomeia ele como um mitômano [transtorno psicológico que se caracteriza pela compulsão em mentir]”.

“Sinceramente não sei o que motivou ele, mas acho que na maioria das vezes um hacker faz isso por vaidade. O porquê ele quis jogar isso em cima de mim até hoje a gente não sabe e muito provavelmente não saberemos”, acrescentou.

A deputada afirmou que, caso a prisão seja decretada, vai se apresentar à Justiça, mas alegou ter problemas de saúde que a impediriam de cumprir pena em regime fechado. “Já tenho vários relatórios médicos que mostram que eu não sobreviveria na prisão”, disse. Entre os problemas listados por Zambelli estão depressão, desmaios, problemas cardíacos e a síndrome de Ehlers-Danlos, condição rara que, segundo ela, causa transtornos de mobilidade.



“Ainda que seja injusta a decisão, eu sigo a lei. Se acontecer a prisão, vou me apresentar. Mas, hoje, não me vejo capaz de ser cuidada da forma que preciso (presa). Estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria na cadeia. Vamos apresentar isso também em momento oportuno”, declarou.

Zambelli voltou a dizer que é vítima de perseguição política. “Quando a gente tem 1 milhão de votos, coloca um foco na nossa cabeça. A discrepância da Justiça é tanta que faz a gente desacreditar da política”, concluiu.

Ela e sua defesa anunciaram que irão recorrer da condenação.

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