A Câmara Municipal de São Paulo prestou uma importante homenagem ao cientista político André Lajst, gerando reações de grupos pró-palestinos na cidade. Lajst, presidente executivo da StandWithUs Brasil – uma organização dedicada à defesa de Israel e ao combate ao antissemitismo – foi agraciado com a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da cidade de São Paulo.
A cerimônia, ocorrida na última terça-feira (27), foi proposta pela vereadora Cris Monteiro (Novo) e contou com a presença de figuras como o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, o presidente da Confederação Israelita de São Paulo (Conib), Claudio Lottenberg, e o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Marcos Knobel.
A homenagem gerou reações negativas de grupos pró-palestinos. A Frente Palestina São Paulo organizou um protesto em frente à Câmara Municipal, denunciando o evento como “inaceitável e uma afronta à luta do povo palestino”.
O Núcleo Palestina do PT-SP também criticou a homenagem, declarando seu “veemente repúdio” à concessão da Medalha e do Diploma de Gratidão a Lajst. O grupo acusou a StandWithUs Brasil de promover uma visão “unilateral e apologética” das ações de Israel, o que, segundo eles, não representa um debate justo sobre a questão do Oriente Médio.
A Câmara Municipal havia suspendido recentemente um evento organizado pelo Núcleo Palestina do PT, que visava discutir os 77 anos da Nakba, termo utilizado pelos palestinos para se referir à criação de Israel e aos eventos que marcaram a diáspora palestina. A Câmara argumentou que o evento não estava alinhado com as funções da Casa e, por isso, necessitava da autorização da Mesa Diretora. Uma medida semelhante já havia sido tomada no ano anterior.
Durante a homenagem a Lajst, a vereadora Cris Monteiro defendeu a relevância do trabalho do cientista político, ressaltando sua contribuição para a disseminação de informações confiáveis sobre o conflito israelense-palestino. Segundo Monteiro, o trabalho de Lajst é crucial para esclarecer as complexidades da situação e ajudar a combater a desinformação.
André Lajst lamentou a situação, dizendo ficar “triste que no Brasil alguns grupos e coletivos que dizem defender o povo palestino são formados por radicais que não aceitam o diálogo e a tolerância ao diverso”.