Senado enviará comitiva aos EUA para visitar brasileiras presas por imigração e acusadas pelo 8 de Janeiro

O Senado Federal aprovou o envio de uma comitiva oficial aos Estados Unidos para visitar três brasileiras acusadas de participação nos atos de 8 de janeiro. O trio teria deixado o Brasil para evitar a detenção, mas acabou preso por imigração ilegal no Texas, sob a atual política migratória do governo de Donald Trump.

A missão parlamentar foi proposta pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) e aprovada pela Comissão de Direitos Humanos na última semana. A viagem à cidade de El Paso, no Texas, deve ocorrer nos próximos dias, mas a data ainda não foi anunciada.

O objetivo da comitiva, segundo o senador Girão, é “verificar as condições de detenção e apurar possíveis violações de direitos humanos sofridas pelas detidas”. No requerimento, o parlamentar mencionou quatro nomes: Michely Paiva Alves, Cristiane da Silva, Rosana Maciel Gomes e Raquel Lopes de Souza. Contudo, Cristiane já foi deportada para o Brasil no último dia 24 de maio, o que significa que a comitiva visitará as outras três mulheres.

As brasileiras são acusadas em processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, elas teriam participado dos ataques à Praça dos Três Poderes, quando manifestantes ocuparam as sedes do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.

O 8 de janeiro levou à prisão de mais de mil pessoas e abriu uma série de investigações e processos judiciais contra os envolvidos. No pedido, Girão defendeu a necessidade da diligência para garantir o respeito aos direitos das presas, afirmando ser “imprescindível que a Comissão de Direitos Humanos do Senado realize uma diligência, com urgência, a fim de verificar as condições dessas presas e investigar as denúncias de abusos e violações de direitos humanos”. O senador também pontuou que a visita “proporcionará uma avaliação direta da situação e ajudará a promover a responsabilização de todos os envolvidos nesses atos arbitrários”.


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