O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, se encontram nesta segunda-feira (9) em um momento decisivo: será a primeira vez que os dois ficam frente a frente desde que Cid firmou acordo de delação premiada. O militar é o primeiro a ser interrogado na ação penal em andamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposto golpe de Estado.
A ação tem a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Além de Bolsonaro e Cid, outros seis aliados do ex-presidente também serão ouvidos presencialmente no STF.
A previsão é de que Bolsonaro preste depoimento apenas nesta terça-feira (10), mas ele deve acompanhar os interrogatórios desta segunda, que terão transmissão ao vivo pela TV Justiça. A única exceção será o general Walter Braga Netto, que está preso preventivamente e participará da audiência por videoconferência.
Nos depoimentos prestados como parte de sua colaboração com a Justiça, Mauro Cid relatou encontros em que Bolsonaro teria sugerido medidas de ruptura institucional, como a decretação de Estado de Sítio ou o uso de operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em conversas com os então chefes das Forças Armadas. Cid também afirmou que Braga Netto teria entregue dinheiro destinado a financiar um plano para assassinar autoridades – o que motivou a prisão do ex-ministro.
Os advogados de Cid sustentam que ele agiu apenas como subordinado, cumprindo ordens enquanto exercia função oficial no Palácio do Planalto. Após o depoimento de Cid, será a vez do delegado Alexandre Ramagem ser ouvido, conforme a ordem alfabética estabelecida para os interrogatórios.
Bolsonaro, que passou o fim de semana em São Paulo reunido com sua equipe jurídica, mobilizou apoiadores para acompanhar os desdobramentos da audiência.
Os depoimentos seguirão a seguinte ordem:
– Alexandre Ramagem;
– Almir Garnier;
– Anderson Torres;
– Augusto Heleno;
– Jair Bolsonaro;
– Paulo Sérgio Nogueira;
– Walter Braga Netto (falará por videoconferência).
