Com embarcações, blindados, aeronaves e tropas deslocados de diversas regiões do país, as Forças Armadas iniciaram os preparativos para uma das maiores operações já planejadas na Amazônia. A Operação Atlas será realizada entre 2 e 11 de outubro, mobilizando Marinha, Exército e Aeronáutica em áreas de selva entre Roraima, Amazonas, Pará e Amapá.
O planejamento da missão vai até 10 de julho. Segundo o Ministério da Defesa, o foco está na logística, na integração entre tropas e na demonstração de prontidão diante de ameaças externas.
“A Operação Atlas não é apenas mais um exercício de adestramento conjunto. É uma demonstração inequívoca de nossa capacidade de adaptação a cenários globais dinâmicos e complexos, de nossa prontidão e, também, da qualidade de resposta a qualquer desafio que se apresente”, declarou o Almirante de Esquadra Renato Freire.
A operação foi dividida em três etapas. A primeira é o planejamento; a segunda será o deslocamento de tropas entre 27 de setembro e 1º de outubro; e a última envolve exercícios em solo, água e ar, já em outubro.
Resposta à tensão com a Venezuela
A escolha da Amazônia não foi casual. Em janeiro de 2025, veículos blindados da Venezuela ultrapassaram a fronteira em Roraima, provocando alarme em Pacaraima. O governo de Nicolás Maduro alegou erro, mas o episódio acentuou a desconfiança brasileira.
O chanceler Yván Gil pediu desculpas. Já o general Costa Neves, comandante militar da Amazônia, relatou a reação imediata.
“Transformamos um esquadrão em um regimento. Multiplicamos por três nossa capacidade. Nós estamos muito bem equipados”.
A tensão aumentou após Maduro ameaçar invadir a região de Essequibo, na Guiana, passando por território brasileiro. O Brasil, que não reconheceu sua reeleição e barrou sua entrada no Brics, virou alvo da irritação do presidente venezuelano.
Apesar do histórico recente, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou que a situação está “absolutamente sob controle”.