O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, nesta segunda-feira, 14, que o nome de Filipe Martins não estava na lista oficial da comitiva que viajou com o então presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022.
Durante uma operação da Polícia Federal (PF) na casa de Cid em 2023, agentes levaram um laptop do militar, no qual encontraram um arquivo editável do programa Word. Ali, constava o ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. O documento batizado de “Orlando v.10.docx”, contudo, era provisório — informação confirmada pelo próprio Cid na audiência que ocorreu hoje no Supremo Tribunal Federal.
Além disso, conforme Cid, Martins não embarcou no mesmo avião em que estava Bolsonaro e outras pessoas rumo a Orlando. A declaração corrobora um documento obtido pela defesa, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). No texto enviado pelo governo federal, Martins não aparece. Os advogados de Martins têm ainda bilhetes de passagens aéreas e comprovantes da Uber que mostram que o ex-assessor não viajou.
“O senhor sabia que foi essa lista provisória que colocou ele seis meses na cadeia?”, perguntou a Cid o advogado Jeffrey Chiquini, da defesa de Martins. O ministro Alexandre de Moraes interrompeu Chiquini ao afirmar que o ex-assessor não ficou preso em virtude do documento, mas, sim, por ordem dele. “Fui eu quem determinou a prisão dele”, disse Moraes.