Prefeito do PDT se entrega à polícia acusado de matar PM durante vaquejada no Maranhão

O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Victor Xavier (PDT), se entregou à Polícia Civil na manhã desta terça-feira (15), em São Luís, após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele é acusado de assassinar o policial militar Geidson Thiago da Silva dos Santos, conhecido como “Dos Santos”, durante uma vaquejada realizada no dia 6 de julho, no município de Trizidela do Vale.


A ordem de prisão foi emitida na segunda-feira (14) pelo juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior, da 2ª Vara de Pedreiras. A decisão também autorizou mandados de busca e apreensão na residência do prefeito e no gabinete da Prefeitura de Igarapé Grande.

Após se apresentar à polícia, João Victor passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, foi encaminhado ao sistema prisional.

De acordo com testemunhas, o crime ocorreu após o policial, que estava de folga, pedir ao prefeito que reduzisse a intensidade dos faróis de seu veículo, que estariam atrapalhando os presentes na festa. Segundo relatos, houve uma discussão, e João Victor teria sacado uma arma e efetuado pelo menos cinco disparos pelas costas do policial.

Geidson chegou a ser socorrido e transferido para um hospital com mais estrutura, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o atendimento. O policial era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar e foi sepultado no dia 8 de julho.


A prisão de João Victor acontece cerca de uma semana após ele ter comparecido espontaneamente à Delegacia de Presidente Dutra, onde prestou depoimento, mas foi liberado por não estar em flagrante. Posteriormente, o prefeito solicitou licença médica de 125 dias para cuidar da defesa e tratar de sua saúde mental, alegando estar “profundamente abalado”. Durante o afastamento, ele continuará recebendo o salário líquido de R$ 13.256,08 como prefeito.

A Câmara de Vereadores de Igarapé Grande aprovou por unanimidade o pedido de licença no último dia 9, empossando a vice-prefeita Maria Etelvina.

A defesa do prefeito sustenta que ele agiu em legítima defesa, alegando que o policial teria sacado uma arma durante a discussão. No entanto, essa versão é contestada pela Polícia Civil e por testemunhas.

“Foram cerca de cinco tiros, provavelmente todos pelas costas. O corpo da vítima foi encaminhado para o IML de Timon, onde passou por perícia”, afirmou o delegado Diego Maciel, responsável pelas investigações.

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