O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, afirmou neste domingo (21) que adotará “as medidas legais cabíveis” após declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) feitas durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube. O parlamentar criticou integrantes da PF e voltou a fazer menções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Passos informou à imprensa que pedirá a inclusão das falas no inquérito em andamento no Supremo, que apura suspeitas de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal e atentado à soberania nacional.
Durante a transmissão, Eduardo Bolsonaro mencionou o delegado da PF Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre elas o inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado e a investigação sobre cartões de vacinação.
“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber, não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, disse o parlamentar. Em outro trecho, afirmou: “O couro é duro, a guerra não acabou, vai vir mais sacrifício aí pela frente. Eu sei disso, mas eu tô disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”
O deputado, que atuou como escrivão da PF antes de ingressar na política, também comentou um processo administrativo disciplinar (PAD) aberto contra ele dentro da corporação. “Pergunta ao tal delegado [da PF] Fábio Shor se ele conhece a gente. Está movendo um PAD contra mim, né? Ele está achando que eu estou preocupado com o meu futuro na Polícia Federal. Rapaz, vocês não sabem a honra que é ser perseguido por vocês.”
Eduardo Bolsonaro também disse que pretende articular, junto ao governo dos Estados Unidos, sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, um de seus objetivos é que o ministro deixe o Judiciário. “O couro é duro. […] Eu tô disposto a ir até as últimas consequências”, afirmou.
Ao fim da transmissão, o deputado afirmou que não pretende renunciar ao cargo. A licença que ele havia solicitado à Câmara dos Deputados termina neste domingo (21). Caso não justifique as ausências, elas passarão a ser contabilizadas pela Casa.