Howard Lutnick, secretário de Comércio dos Estados Unidos, afirmou que o TikTok deixará de operar no país caso o governo chinês não aceite transferir o controle da plataforma para investidores americanos. A declaração foi feita em entrevista ao canal CNBC.
Lutnick ressaltou que “não pode haver controle chinês em 170 milhões de celulares americanos”, referindo-se à base de usuários ativos do TikTok nos Estados Unidos. A empresa chinesa ByteDance, proprietária do aplicativo, precisa se desfazer dos ativos americanos da plataforma até 17 de setembro.
O futuro do TikTok no mercado americano está incerto desde a aprovação, em 2024, de uma lei que determina a venda ou o fechamento do aplicativo caso não sejam feitos progressos concretos. O presidente Donald Trump prorrogou o prazo oficial para 17 de setembro, após conceder três extensões anteriores, mesmo com a legislação inicial exigindo a decisão até 19 de janeiro deste ano.
Em entrevista à CNBC, Lutnick enfatizou a necessidade de os Estados Unidos assumirem o controle do algoritmo que gerencia a plataforma de vídeos curtos: “Os americanos possuirão a tecnologia e controlarão o algoritmo. Isso é algo que Donald Trump está disposto a garantir”.
Caso a China aceite a operação, Lutnick explicou que o país ou a ByteDance poderiam manter uma participação minoritária na nova empresa, que seria controlada majoritariamente por investidores americanos. Porém, se não houver acordo, “o TikTok será desligado, e essa decisão será tomada em breve”, alertou.
Durante a primavera do hemisfério norte, houve tentativas de acordo para separar as operações americanas do TikTok e formar uma empresa sediada nos Estados Unidos com capital majoritário americano. No entanto, as negociações foram interrompidas após as autoridades chinesas rejeitarem o plano, especialmente depois do anúncio de Trump sobre a aplicação de tarifas elevadas sobre produtos chineses.
Enquanto isso, alguns congressistas democratas questionam a autoridade legal do ex-presidente Trump para estender o prazo da venda e afirmam que a proposta em debate não atende aos requisitos da lei de 2024. Fontes da Casa Branca revelaram que Trump afirma ter “investidores muito ricos” interessados na aquisição da filial americana do TikTok. Recentemente, a empresa de private equity Blackstone desistiu de um dos consórcios que negociavam a compra, segundo informações da agência Reuters.
As perspectivas para o TikTok nos Estados Unidos continuam dependentes da aprovação de um acordo que entregue o controle operacional e tecnológico a americanos — um ponto ainda rejeitado por Pequim. Até o momento, o TikTok não se manifestou oficialmente sobre as declarações de Lutnick