Kremlin advertiu, nesta segunda-feira (4), os Estados Unidos de que “em uma guerra nuclear não pode haver vencedores”, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou o envio de dois submarinos nucleares em resposta a uma ameaça russa.
– Em uma guerra nuclear não pode haver vencedores. Este é, certamente, o principal postulado pelo qual nos guiamos – disse Dmitry Peskov, porta-voz da Presidência russa, em entrevista coletiva, na qual pediu cautela ao fazer declarações sobre arsenais nucleares.
Esta é a primeira reação russa ao anúncio feito na última sexta-feira (1°) pelo líder americano, que não especificou a área de posicionamento dos submarinos.
Peskov ressaltou que Moscou não considera que haja “algum tipo de escalada” nuclear entre as duas potências, portanto “não gostaríamos de nos ver envolvidos em tal polêmica”.
– É claro que se trata de uma substância muito complexa e sensível que, é claro, é percebida por muitos de forma impulsiva – disse.
Em contrapartida, acrescentou, a Rússia, cuja postura a respeito é responsável, opina que “todos devem ser muito cuidadosos em relação à retórica nuclear”.
– Os submarinos nucleares americanos sempre estão em alerta, é algo constante – comentou.
Trump ordenou na última sexta o envio de dois submarinos nucleares diante do que considera “declarações provocadoras” nas redes sociais do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que advertiu sobre uma possível guerra entre os dois países.
– Ordenei o envio de dois submarinos nucleares para as regiões correspondentes, por via das dúvidas, se essas declarações insensatas e incendiárias forem além – declarou o republicano na rede social Truth Social.
Trump acrescentou em sua mensagem: “As palavras são muito importantes e, frequentemente, podem ter consequências imprevistas; espero que este não seja um desses casos”.
Medvedev criticou na semana passada o ultimato que os EUA impuseram à Rússia para que detenha a guerra da Ucrânia e advertiu que isso poderia levar a um conflito entre os dois países.
– Trump está jogando o jogo dos ultimatos com a Rússia: 50 ou 10 dias… Ele deveria se lembrar de duas coisas. Primeiro: a Rússia não é nem Israel nem mesmo o Irã. E segundo: cada novo ultimato é um passo em direção à guerra. Não entre Rússia e Ucrânia, mas com seu próprio país – escreveu em sua conta da rede social X.
O atual subchefe do Conselho de Segurança da Rússia acrescentou pouco depois no Telegram: “Que ele se lembre de seus filmes favoritos sobre ‘Mortos-vivos’ e também de quão perigosa pode ser a ‘mão morta’”.
O sistema russo “Perímetro”, também conhecido como “Mão Morta”, seria ativado caso o Kremlin perca o controle sobre seu arsenal nuclear devido a um ataque em massa inimigo.
Após expressar em várias ocasiões sua decepção com o presidente russo, Vladimir Putin, Trump reduziu para dez dias o prazo para que ele detenha a guerra, sob pena de sanções e tarifas secundárias para quem importar petróleo russo.
