O plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro se transformou, na noite desta segunda-feira (11), em um ponto de encontro da direita carioca e nacional. Galerias lotadas, cartazes e faixas de apoio, aplausos e gritos de ordem marcaram a audiência pública contra a censura, promovida pelos vereadores Rafael Satiê (PL) e Marcos Dias (Podemos), vice-presidente e presidente da Comissão de Direitos Humanos.
A tribuna da Casa foi usada para denunciar o que parlamentares e lideranças chamaram de perseguição política, arbitrariedade judicial e cerceamento da liberdade de expressão. A pauta incluiu anistia aos presos do 8 de janeiro, críticas às decisões do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, e à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — símbolo da resistência conservadora. Apesar da força das falas e galerias lotadas, o evento ocorreu de forma ordenada, respeitosa e dentro do decoro parlamentar.
Por videoconferência, o vereador Carlos Bolsonaro (PL) apresentou um dos momentos mais fortes da noite. Disse ter sido alvo de investigações da Polícia Federal por críticas feitas nas redes sociais e relatou que, em 2022, durante a gravidez de sua filha, sua companheira foi abordada pelo FBI nos Estados Unidos para questionamentos sobre endereço no país.
– Os senhores sabem da covardia que estão fazendo com a minha filha, comigo, com o meu pai e com a minha companheira. Todas as leis possíveis estão sendo rasgadas neste país. Contem comigo e com meu pai: censurado, triste, mas que acredita que existe uma forma deste país se libertar – afirmou.