O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (13) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o governo norte-americano revogar os vistos de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Isso não é forma de comportamento de um presidente da maior economia do mundo. Isso não é civilidade. Isso é um mau exemplo para a humanidade. Durante muitas décadas e muitos anos, os EUA tentaram se apresentar como o país mais democrático, o país da oportunidade, da chance. Todo mundo ficava rico. E agora ele tem esse comportamento inexplicável e totalmente inaceitável”, declarou Lula, durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes).
O presidente brasileiro também afirmou que, em diversos aspectos, o Brasil é mais democrático que os Estados Unidos. “Não é possível que ele não conheça que este país aqui, em muitas coisas, é muito mais democrático que os Estados Unidos da América do Norte. Essas coisas é que me deixam pasmo e sem compreender o comportamento humano”, disse.
Mais cedo, Washington anunciou a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e de Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo. Ex-integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) também tiveram os documentos cancelados por “cumplicidade” com o programa “Mais Médicos”.
A medida ocorre após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter informado, em 18 de julho, a revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Rubio, o cancelamento também atinge familiares e “aliados” de Moraes no STF, sem especificar quais outros ministros foram afetados.
De acordo com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, oito ministros do Supremo tiveram o visto cassado: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
A decisão dos EUA foi anunciada poucas horas depois de a Polícia Federal deflagrar operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No dia 4 de agosto, Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo.
