Lula diz que não vai “chorar nem rastejar” para vender ao mercado dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (14) que não vai “chorar nem rastejar” para que os Estados Unidos comprem produtos brasileiros, após o governo de Donald Trump (Partido Republicano) impor tarifas de 50% sobre parte das exportações do Brasil.

“Se os Estados Unidos não quiserem comprar, não tem importância. Eu não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando, eu vou procurar outros países para vender os produtos que a gente vende para eles e vamos seguir em frente. Eu aprendi a andar de cabeça erguida”, declarou Lula durante a inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana (PE).

A planta fabril, que custou R$ 1,9 bilhão ao governo, produzirá remédios a partir do excedente de plasma humano doado a hemocentros em todo o país. Apesar de afirmar que pretende manter negociações com os norte-americanos, Lula destacou que buscará outros mercados.

“Nós não vamos deixar as nossas empresas morrerem à míngua e também nós não vamos ficar chorando que ele parou de comprar, não. Nós vamos tentar vender para a China, Índia, Rússia, para a Alemanha, para qualquer lugar”, disse o presidente.

Lula ainda ressaltou que não faz distinção entre países em seu trato diplomático: “Tem uns vira-latas que ficam falando ‘Nossa, como esse Lula está falando brabo’. Não, eu falo igualzinho para a Bolívia o que eu falo para os americanos. Eu não sou daqueles que fala fino com americano e grosso com a Bolívia. Não, eu trato todo mundo igual.”

O presidente também criticou as justificativas de Trump para o tarifaço e afirmou que o Brasil não persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, reafirmou que vai regulamentar as redes sociais das big techs estrangeiras no país:

“Ele [Trump] [disse que] não vai aceitar que a gente regule [as redes]. Nós estamos fazendo o projeto de regulação. Ontem nós terminamos o projeto, vamos mandar. Porque aqui no Brasil tem lei e aqui no Brasil a lei vale para nós e vale para empresas estrangeiras que estão aqui dentro”, completou.

O plano de contingência do governo brasileiro em reação às tarifas dos EUA foi anunciado na quarta-feira (13), com a assinatura de uma medida provisória para socorrer empresas brasileiras afetadas pelo aumento das taxas.


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