A Justiça da Itália decidiu manter a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), segundo informou a Advocacia-Geral da União (AGU) nesta terça-feira (19).
De acordo com a AGU, o Tribunal de Apelações de Roma negou o pedido dos advogados de que Zambelli cumprisse prisão domiciliar enquanto aguarda o pedido de extradição feito pelo Brasil. A decisão foi publicada na última sexta-feira (15), após audiência realizada na quarta-feira (13).
Segundo a AGU, o Brasil enviou “documentos e argumentos jurídicos decisivos para confirmar a legalidade da prisão cautelar para fins de extradição”, validados pela Suprema Corte da Itália.
Zambelli está presa desde 29 de julho na penitenciária de Rebibbia, nos arredores de Roma. Em sua primeira audiência, a deputada declarou ser vítima de perseguição política e pediu um novo julgamento na Itália.
Antes de deixar o Brasil, Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Após ser localizada em Roma, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Sobre sua saúde, a deputada afirma ter Síndrome de Ehlers-Danlos, doença rara que provoca frouxidão nos músculos e articulações. A Justiça italiana determinou a realização de perícia médica oficial, realizada em 18 de agosto, cujo resultado será discutido em nova audiência no dia 27, quando o tribunal decidirá se Zambelli seguirá presa ou poderá cumprir prisão domiciliar por motivos médicos.
Os advogados pediram que Zambelli cumprisse medidas cautelares em um apartamento em Roma, alegando baixo risco de fuga e apreensão de passaporte, mas não obtiveram deferimento.
“A Corte rejeitou a argumentação da defesa, ao reconhecer que a prisão de Carla Zambelli pela polícia italiana foi correta, pois a prisão ocorreu em cumprimento a mandado emitido pelo Supremo Tribunal Federal, posteriormente objeto de uma Difusão Vermelha da Interpol”, declarou a AGU.