O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chamou de “absurdas” e “injustas” as restrições de vistos por parte dos Estados Unidos a autoridades brasileiras que estarão na delegação brasileira para a 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O chanceler afirmou que o governo do Brasil já reportou o caso ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock.
– São restrições que não têm cabimento, injustas, absurdas. Nós estamos relatando, e pedindo a interferência do secretário-geral [da ONU] junto ao país-sede [EUA], que é o procedimento. Tratamos do tema nos canais disponíveis, e estamos esperando agora a ação do secretário-geral da ONU e a presidente da Assembleia-Geral – declarou
A fala ocorreu durante encontro com a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas.
Uma das autoridades afetadas pelas medidas é o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que embora tenha sido autorizado a entrar nos EUA como parte da delegação oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terá sua circulação restrita a cinco quarteirões em Nova Iorque. Ou seja, ele só poderá circular entre o hotel onde ficará hospedado e a sede da ONU.
Além disso, os EUA estariam dificultando a emissão de vistos de outras autoridades, em meio à tensão diplomática com o Brasil.
Em agosto, o país norte-americano já havia cancelado o visto da esposa e da filha de 10 anos do ministro. O motivo é a sua participação na criação do programa Mais Médicos. Para a o governo Trump, o programa instituído pelo governo brasileiro foi usado para beneficiar o regime cubano.