O governo dos Estados Unidos rejeitou um convite de diálogo enviado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A informação foi confirmada na segunda-feira (22) pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que classificou a carta de Maduro como “repleta de mentiras”. Leavitt reforçou que a postura do governo norte-americano em relação ao regime venezuelano permanece inalterada e reiterou que Maduro é considerado “ilegítimo”.
Segundo a porta-voz, o presidente Donald Trump “demonstrou claramente que está disposto a utilizar todos os meios necessários para frear o tráfico ilegal de drogas provenientes do regime da Venezuela”. A declaração ocorre após o envio de uma flotilha de oito navios e dez caças dos EUA para o Caribe e Porto Rico. Durante a operação, três lanchas suspeitas de transportar drogas foram destruídas em alto-mar.
Washington justificou a operação como uma medida de segurança nacional, enquanto o governo de Maduro acusou os EUA de estarem realizando ataques ilegais. A carta de Maduro, enviada no início de setembro, pedia a Trump: “Eu o convido, Presidente, a preservar a paz com diálogo e entendimento em todo o hemisfério.”
Além disso, o governo Trump anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, a quem acusa de liderar um cartel internacional de drogas.
Líderes da oposição venezuelana apoiaram a ação militar dos EUA. O ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que os EUA consideram o líder legítimo da Venezuela, afirmou que o reforço militar é uma “medida necessária para desmantelar a estrutura criminosa” que, segundo ele, impede “a restauração da soberania popular na Venezuela”. María Corina Machado também endossou a posição, acusando o regime de Maduro de crimes como tráfico de drogas, minerais, armas e pessoas.
González Urrutia foi o candidato da oposição nas eleições presidenciais de julho de 2024. O resultado das urnas, segundo a oposição, indicou uma vitória sua sobre Maduro. A declaração de vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos desencadeou protestos violentos que foram duramente reprimidos, resultando em 28 mortos e centenas de prisões.
Fonte: Gazeta Brasil
