Condenado por agir para matar Trump tenta se cortar no tribunal

O júri condenou, nesta terça-feira (23), Ryan Routh, de 59 anos, por tentar assassinar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um campo de golfe na Flórida no ano passado. A tentativa de homicídio foi frustrada por um agente do Serviço Secreto que avistou Routh e disparou um tiro que o fez fugir.

O caos se instalou no tribunal logo após Routh ser considerado culpado de todas as acusações por um júri federal composto por sete mulheres e cinco homens. Ele tentou se cortar no pescoço com uma caneta e os policiais rapidamente o arrastaram para fora


– Pai, eu te amo, não faça nada. Eu vou te tirar daqui. Ele não machucou ninguém – disse a filha dele, Sara Routh, enquanto o homem era retirado da sala.


Ela foi escoltada para fora do tribunal e esperou do lado de fora com seu irmão, Adam Routh.

A caneta que Routh usou era flexível – um design feito para impedir que pessoas sob custódia a usassem como arma. Ele não conseguiu perfurar a pele nem se ferir de outra forma.

SENTENÇA
Depois que a ordem foi restaurada, Routh voltou à sala algemado e sem o paletó e a gravata.

A juíza federal Aileen Cannon anunciou que a sentença do homem será definida em 18 de dezembro. Ele pode pegar prisão perpétua. Os ex-advogados de defesa de Routh não comentaram o caso após o veredicto.

Trump disse que o caso foi “muito bem conduzido”.

– É muito importante. Não se pode permitir que coisas assim aconteçam. Não tem nada a ver comigo, mas um presidente, ou mesmo uma pessoa, não pode permitir que isso aconteça. E assim foi feita justiça. Mas estou muito grato à juiza, ao júri e a todos os envolvidos.


TENTATIVA DE ASSASSINATO FOI PLANEJADA
Os promotores afirmaram que Routh planejou matar Trump por semanas antes de apontar um rifle através de arbustos enquanto o então candidato republicano à presidência jogava golfe em 15 de setembro de 2024, em seu clube de campo em West Palm Beach.

Apenas nove semanas antes, Trump havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato durante uma campanha em Butler, na Pensilvânia. O atirador disparou oito tiros, com uma bala raspando a orelha de Trump. O atirador foi morto a tiros por um agente da Secretaria de Segurança Nacional.

No julgamento de Routh, o agente da Secretaria de Segurança Nacional Robert Fercano, que estava na equipe de proteção de Trump no campo de golfe, afirmou que avistou o homem antes de Trump aparecer. Routh apontou seu rifle para o agente, que atirou, o que fez com que o criminoso largasse sua arma e fugisse sem disparar um tiro.


Na época, uma testemunha disse ter visto uma pessoa fugir da área após ouvir tiros. Ela foi levada em um helicóptero para uma rodovia interestadual próxima, onde o homem tinha sido detido, e confirmou que ele era a pessoa que havia visto.

Routh foi acusado de cinco crimes: tentativa de homicídio contra um importante candidato à presidência, posse de arma de fogo para cometer um crime violento, agressão contra um agente federal, posse de arma de fogo e munição como criminoso condenado e posse de arma de fogo com o número de série apagado.

Ele disse aos jurados que não tinha a intenção de matar ninguém naquele dia.


– É difícil para mim acreditar que tenha ocorrido um crime se o gatilho nunca foi acionado – afirmou Routh.

Ele destacou que podia ver Trump enquanto este se dirigia para o buraco 6 e observou que também poderia ter atirado em um agente do Serviço Secreto se tivesse a intenção de ferir alguém.

ROUTH DISPENSOU ADVOGADOS
Aileen aprovou o pedido de Routh para dispensar advogados após duas audiências em julho. Nos EUA, a Suprema Corte determina que réus criminais têm o direito de fazer a própria defesa em processos judiciais, desde que comprovem ao juiz serem capazes de renunciar ao direito de contar com a representação de um advogado.


Os ex-advogados de Routh atuaram como advogados suplentes desde que ele assumiu sua própria defesa e estiveram presentes durante o julgamento.

Routh interrogou apenas três testemunhas – um especialista em armas de fogo e duas testemunhas de caráter – por um total de cerca de três horas. Em contrapartida, os promotores levaram sete dias para interrogar 38 testemunhas.

A procuradora-geral Pam Bondi disse em uma postagem no X que o veredito de culpado “ilustra o compromisso do Departamento de Justiça em punir aqueles que se envolvem em violência política”.


– Esta tentativa de assassinato não foi apenas um ataque ao nosso presidente, mas uma afronta à nossa própria nação – disse Pam.

*pleno news


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