Drones ucranianos atingiram na madrugada desta sexta-feira (26) a Refinaria Afipsky, na região russa de Krasnodar Krai. A planta, um importante centro logístico e uma das maiores refinarias do sul da Rússia, teve uma de suas unidades de produção incendiada, com o fogo cobrindo cerca de 30 metros quadrados, que foi extinto por equipes de emergência.
A Refinaria Afipsky processa aproximadamente 9,1 milhões de toneladas de petróleo bruto anualmente, o que representa 2,1% de todo o refino nacional. Localizada a menos de 200 quilômetros da linha de frente, a fábrica tem um papel estratégico no abastecimento de diesel e querosene de aviação às forças armadas russas mobilizadas na Ucrânia.
O ataque soma-se a uma série de impactos contra a mesma refinaria Afipsky em 7 e 28 de agosto, após os quais uma de suas unidades precisou interromper as operações. Desde o início de agosto, a Ucrânia conseguiu paralisar parcial ou totalmente pelo menos cinco refinarias chave.
Segundo dados da Energy Aspects, os ataques, que se intensificaram em agosto de 2025, diminuíram a capacidade de processamento da Rússia em mais de 1 milhão de barris diários, colocando as exportações abaixo dos níveis pré-invasão.
Os bombardeios já cortaram a capacidade total de refino russa em 17%, o equivalente a 1,1 milhão de barris por dia, e a produção de gasolina caiu 10%.
Impacto direto no mercado e nos consumidores
As consequências têm sido sentidas pelos consumidores russos. O país registrou um aumento recorde nos preços da gasolina, que subiram entre 40% e 50% desde o início do ano. Além disso:
- Mais de 300 postos de serviço deixaram de funcionar em todo o país.
- Em diversas regiões, as autoridades implementaram limites à compra de combustível, permitindo apenas entre 10 e 20 litros por pessoa.
- Na Crimeia e em Sebastopol, territórios ocupados perto dos ataques, cerca de 50% dos postos pararam de vender gasolina devido à interrupção na cadeia de suprimentos.
A estratégia da Ucrânia visa atingir uma das principais fontes de receita de Moscou e prejudicar a operacionalidade do exército russo, que depende da produção e transporte de combustíveis refinados.
O Ministério da Defesa russo notificou que interceptou 55 drones ucranianos em oito regiões do país durante a noite, incluindo três em Krasnodar Krai. No entanto, a persistência dos ataques a infraestruturas petrolíferas demonstra a crescente capacidade da Ucrânia de usar drones de longo alcance em ofensivas contra alvos estratégicos.
*Gazeta Brasil
