O risco de uma paralisação do governo federal dos Estados Unidos aumentou nesta segunda-feira (29), após líderes democratas e republicanos se reunirem com o presidente Donald Trump na Casa Branca.
O encontro ocorreu a menos de dois dias do prazo para evitar o shutdown, que terá início caso não haja acordo sobre o financiamento do governo.
“Acho que estamos caminhando para uma paralisação porque os democratas não querem fazer a coisa certa”, afirmou o vice-presidente JD Vance a repórteres após a reunião.
Do lado democrata, o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, reforçaram que os dois partidos seguem distantes de um entendimento.
“Temos diferenças muito grandes”, disse Schumer. Ele acrescentou, no entanto, acreditar que Trump ouviu as objeções democratas “pela primeira vez”, sugerindo que a conversa foi, ao menos em parte, construtiva.
Apesar disso, as acusações continuam de ambos os lados. “Cabe aos republicanos decidirem se querem uma paralisação ou não”, declarou Schumer.
Atualmente, os republicanos controlam a Casa Branca e possuem maioria estreita nas duas casas do Congresso. Eles defendem a aprovação de um projeto provisório para manter os gastos federais nos níveis atuais até o fim de novembro.
Já os democratas exigem que a proposta — conhecida como resolução de continuidade (continuing resolution) — inclua recursos e garantias para medidas consideradas prioritárias, especialmente a prorrogação dos créditos fiscais ampliados do Obamacare, que expiram no fim do ano.
Republicanos acusam os democratas de travar o processo ao rejeitarem uma proposta “limpa”, sem adicionais. “Isso é pura e simplesmente uma tomada de reféns”, criticou o líder da maioria no Senado, John Thune (R-Dakota do Sul), após a reunião.
Schumer rebateu, afirmando que os democratas foram excluídos do debate. “O projeto deles não tem um pingo de contribuição democrata. Nunca foi assim que fizemos antes”, disse.
Tentativas anteriores de aprovar projetos de curto prazo para evitar a paralisação fracassaram no Senado. Para superar o filibuster, são necessários 60 votos. Os republicanos têm hoje 53 cadeiras.
