A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram nesta quinta-feira (2) mais uma fase da Operação Asfixia, que tem como alvo a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Desta vez, o foco da iniciativa é o avanço do CV do Complexo da Maré (Zona Norte do Rio) para a Região Serrana, principalmente Petrópolis.
A operação foi marcada por intensos tiroteios desde o final da madrugada. Até a última atualização, 11 pessoas haviam sido presas.
Entre os presos na operação, que mira o cumprimento de 18 mandados de prisão, estão dois servidores públicos que, segundo as investigações, atuavam como informantes do tráfico:
- Bruno da Cruz Rosa: Sargento da Polícia Militar, lotado no 20º BPM (Mesquita). A corporação informou que abrirá um processo para avaliar a expulsão dele.
- Robson Esteves de Oliveira: Assessor especial da Prefeitura de Petrópolis, que já foi exonerado do cargo.
O delegado Victor Barbosa afirmou que o PM Bruno da Cruz Rosa “ganhava alguns benefícios, inclusive dinheiro para divulgar operações na Região Serrana”. O assessor Robson Esteves de Oliveira também é apontado por repassar informações sigilosas à facção.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa.
A 106ª DP (Itaipava) descobriu que Petrópolis se transformou em um entreposto do Comando Vermelho para a Região Serrana.
Os alvos principais da força-tarefa, que identificou 55 envolvidos no esquema, foram procurados no Parque União, na Maré, onde as equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foram recebidas a tiros. A Core atuou com blindados e pelo menos dois helicópteros.
Segundo as investigações, Wando da Silva Costa, conhecido como “Macumbinha” e chefe do CV para a Região Serrana, e Luis Felipe Alves de Azevedo, seu braço direito, estão escondidos na Maré, de onde coordenavam a logística do transporte de drogas para Petrópolis. Wando e Luis não foram encontrados e são considerados foragidos.